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Número de mortos no Sudão sobe para pelo menos 528 com quase 4.600 feridos

Foto EPA/Indonesian Embassy KBRI Khartoum
Foto EPA/Indonesian Embassy KBRI Khartoum

Pelo menos 528 pessoas morreram e quase 4.600 ficaram feridas devido aos confrontos que começaram há duas semanas no Sudão, entre o exército e o grupo paramilitar Força de Apoio Rápido (RSF), anunciou hoje o Ministério da Saúde.

"O total acumulado de feridos é de 4.599 e já se registaram 528 mortos em todos os hospitais dos diferentes estados do Sudão", anunciou o Ministério, indicando que estes números contabilizam os mortos e feridos desde o início dos combates, em 15 de abril, até quinta-feira, 27 de abril.

No comunicado citado pela agência espanhola de notícias, a Efe, o ministério afirma que o número real pode ser bastante maior devido à impossibilidade de as equipas médicas acederem às zonas mais violentas e ao facto de a maioria dos hospitais onde se desenrolam os combates estar inoperacional.

O Sudão entrou hoje no 15.º dia consecutivo de confrontos entre o exército e as paramilitares da RSF, um conflito que obrigou milhares de sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade.

As duas partes envolvidas no conflito iniciaram na sexta-feira uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos da América e a Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros no Sudão e abrir corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária.

Nos últimos dias, apesar de terem sido anunciadas tréguas, têm-se verificado combates de baixa intensidade.

Vinte portugueses que pretendiam deixar o Sudão já foram retirados no país, anunciou na quarta-feira, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

Os combates que começaram em grande escala há duas semanas seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.

Ambas as forças estiveram por detrás do golpe de Estado conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.