Oposição pede demissão de ministro turco por dizer que eleições são golpe
O maior partido da oposição turca, o social-democrata CHP, pediu hoje a demissão do ministro do Interior, Süleyman Soylu, por ter qualificado as eleições legislativas e presidenciais de 14 de maio como uma "tentativa de golpe político do Ocidente".
O vice-presidente do CHP, Engin Özköç, exigiu a demissão imediata do ministro do Interior, tutela responsável pela segurança das eleições.
"Soylu descreveu as eleições democráticas de 14 de maio como umas eleições golpistas. É o próprio ministro do Interior que faz esta provocação, quando é o seu ministério que deve proteger as urnas e garantir a segurança do país", escreveu Özkoç, na rede social Twitter.
O membro do partido da oposição CHP exigiu a demissão do governante, na sequência das declarações proferidas.
"Ao declarar abertamente que não pode cumprir a função do seu cargo, e ao tentar lançar dúvidas sobre as eleições, deve demitir-se imediatamente", frisou o político.
Durante um comício eleitoral numa fundação islamista em Istambul, Soylu comparou as próximas eleições ao golpe de Estado falhado de 15 de julho de 2016, segundo a Agência Anadolu, da Turquia.
"O 15 de julho foi uma tentativa de golpe. O 14 de maio é uma tentativa de golpe político. É evidente. O 14 de maio de 2023 é uma tentativa de golpe político do Ocidente", disse o ministro.
As eleições legislativas e presidenciais realizam-se em 14 de maio e as sondagens preveem uma luta extremamente renhida entre o atual Presidente, Recep Tayyip Erdogan, e o principal candidato da oposição, o social-democrata Kemal Kiliçdaroglu.
As sondagens indicam também que a coligação entre o partido islamista AKP, de Erdogan, e o partido de extrema-direita MHP perderá a atual maioria no parlamento para a aliança da oposição, entre o CHP e o partido nacionalista IYI.
O partido de ligação será o HDP, de esquerda e pró-curdo, que concorre agora com a designação eleitoral Esquerda Verde e acaba de anunciar o seu apoio a Kiliçdaroglu.