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O exemplo da Madeira e a “bandalheira” que dispensamos por cá

É grave o que se passa nas ruas, com protestos e paralisações diárias

Independentemente das nossas ideologias políticas, existem de facto, princípios dos quais, enquanto cidadãos e em democracia, não podemos nem devemos abdicar. Desde logo, o facto de vivermos numa sociedade com estabilidade, desenvolvimento e paz social, onde se abrem, diariamente, novas oportunidades e onde, por mais dificuldades que possam surgir, vença, sempre, o sentimento de confiança e a esperança na superação.

E é também isso que se espera e exige de quem governa: que seja capaz de garantir estabilidade, desenvolvimento e paz social.

Aquilo que os cidadãos, soberanos nas escolhas que fazem, esperam e exigem do Governo acaba por ser simples: esperam e exigem que ele seja capaz de falar a verdade e de cumprir com a sua palavra, ao invés de escamotear a realidade ou de inventar subterfúgios para disfarçar a sua falta de resposta e/ou incompetência.

Esperam e exigem que o Governo seja prudente, mas, ao mesmo tempo, audaz e proativo nas suas estratégias, numa atuação que simultaneamente garanta crescimento económico, mais emprego, menos impostos e mais apoios aos que verdadeiramente precisam, com especial atenção aos grupos mais vulneráveis.

Um Governo que esteja próximo das pessoas, que saiba ouvir e colocar, sempre em primeiro lugar, a defesa dos interesses coletivos seja contra quem for e materialize, nas suas diferentes políticas, aquele que é o sentir da população, envolvendo-a nas diferentes decisões a tomar e fazendo com que ela se identifique com o rumo seguido.

No fundo, os cidadãos esperam e exigem a solução para os seus problemas e uma governação responsável que, sabendo corresponder às expetativas e necessidades do momento, seja capaz de preparar o futuro e salvaguardar o interesse maior das novas gerações.

Este é o exemplo que temos na Madeira, há mais de 45 anos.

O exemplo que queremos continuar a ter por muito mais tempo, a favor de todos os Madeirenses.

Mas também é tudo isto que não temos, há cerca de oito anos, no continente português.

Neste Portugal continental transformado numa “bandalheira” que dispensamos por cá, fruto de uma governação socialista que, além de indiferente e alheia à realidade, se encontra refém dos seus próprios erros e se revela incapaz de responder aos “serviços mínimos” a que está obrigada, tanto mais gozando de uma maioria absoluta.

Por mais marketing político que exista e por mais que a oposição regional procure transmitir, demagogicamente, o contrário, está à vista de todos aquilo que, por cá, na Madeira, dispensamos.

Desde logo, a mentira descarada que reina dentro do próprio aparelho do Estado, com episódios recorrentes e quase diários que envolvem os membros do Governo da República, tão convencidos do seu pedestal que há muito se esqueceram de ouvir e de responder ao que os Portugueses anseiam e de ver que há mais, muito mais, para além dos seus gabinetes decorados a rigor.

É grave o que se passa nas ruas, com protestos e paralisações diárias que reivindicam direitos e promessas esquecidas, designadamente por parte dos professores, mas também comuns a outros setores como o dos transportes ou mesmo da administração pública.

É grave e inaceitável o que se passa na TAP ou nos Comboios de Portugal.

É muito grave que o País pare de funcionar apenas e só porque não é ouvido nas suas legitimas aspirações, com resultados nefastos para os cidadãos que desesperam por cuidados médicos, que não encontram qualquer resposta ao nível da Justiça, que não merecem que os seus filhos e netos sejam privados do acesso à educação, que não têm capacidade de deslocar-se por falta de transporte, que não conseguem ter acesso à habitação condigna e que todos os dias assistem à redução do seu poder de compra, colocando-se em causa direitos fundamentais.

Isto para além de assistirmos a uma governação socialista que, sem atender aos Portugueses que residem no País, ainda menos olha – inclusive prejudicando-os deliberadamente – para os Portugueses que vivem na Diáspora, numa total ausência de estratégia que também é de assinalar nesta área.

Julgo que não é isto que os Madeirenses querem para o seu futuro.

Julgo e espero que, juntos, continuemos a trabalhar pela Madeira que somos, dispensando quaisquer “bandalheiras” que nos façam parar e qualquer tipo de recuos ao exemplo que somos e que queremos continuar a ser, a nível nacional e europeu, contra os que diariamente dão provas de que não estão à altura das nossas exigências e expetativas.