A Guerra Mundo

Kiev pede a Moscovo que autorize passagem de ucranianos na linha da frente

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 Foto EPA/SERGEY DOLZHENKO

O Governo ucraniano pediu hoje à Rússia que não coloque obstáculos aos cidadãos ucranianos que desejem cruzar a linha de frente para o território controlado por Kiev, enquanto prosseguem operações de retirada de crianças junto das zonas de combate.

"Milhares de ucranianos querem retornar ao território controlado pela Ucrânia", disse a ministra da Reintegração ucraniana, Irina Vereshchuk, segundo a agência nacional de notícias Ukrinform.

Esses ucranianos, disse a governante, "querem escapar do inferno que a Rússia criou nos territórios temporariamente ocupados".

"Pedimos a abertura de corredores humanitários", disse Vereshchuk.

Hoje foi também revelado que as autoridades ucranianas retiraram nos últimos dois meses 370 menores que viviam em localidades próximas da frente de batalha na província oriental de Donetsk, segundo a ministra da Reintegração.

Vereshchuk explicou que a retirada dessas crianças foi realizada em aplicação do decreto do governo aprovado em 07 de março que permite às autoridades retirar menores de zonas de guerra, mesmo que os seus pais ou responsáveis ??resistam.

A ministra destacou que este tipo de operações continua, visando garantir a segurança das crianças que continuam a viver junto dos combates em cidades como Bakhmut.

A lei aprovada em março pelas autoridades ucranianas prevê que os menores devem ser transferidos para áreas seguras acompanhados por pelo menos um dos pais ou um acompanhante legal.

A Ucrânia prepara-se para lançar uma nova contraofensiva para recuperar territórios ocupados pela Rússia desde a invasão de 24 de fevereiro do ano passado.

A campanha militar que se avizinha pode colocar em risco os habitantes das regiões sob controlo russo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.