"Cuidados de Longa Duração, um instrumento de politica integrada de Longevidade" debatido no Congresso Insular de Enfermagem
'Cuidados de Longa Duração, um instrumento de politica integrada de Longevidade', foi o tema apresentado pela directora regional para as Políticas da Longevidade, Ana Clara Silva, no Congresso Insular de Enfermagem, que reúne mais de 300 profissionais do país, num evento que decorre no Porto Santo, sob o tema 'Desafios da Insularidade'.
Sob a temática que realça a componente integradora do diploma que define o regime do novo modelo de Cuidados de Longa Duração da Região Autónoma da Madeira, aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa Regional, Ana Clara Silva destacou que o reconhecimento dos Cuidados de Longa Duração, é parte essencial de um continuum de cuidados integrados e cruciais para alcançar a cobertura universal de saúde, no contexto do envelhecimento da população.
A directora regional enfatizou ainda a actualidade do tema dos Cuidados de Longa Duração como uma das acções prioritárias da Comissão Europeia, a realizar nas RUP , na aplicação do 18.º Princípio do Pilar Europeu dos Direitos Sociais que traduz a garantia no acesso a cuidados de Longa de Duração, sendo também uma das 4 áreas de acção da Década do Envelhecimento Saudável 2021-202 definidas pela OMS.
Foca, de igual modo, a importância da Região Autónoma estar alinhada com as tendências e recomendações internacionais e afirma que “
A prioridade é o cidadão, sendo necessário fortalecer mecanismos de participação deste e da sua rede de apoio social e familiar, na gestão integrada do processo de envelhecimento, sendo certo que a prestação de cuidados diz-nos respeito a todos, pois todos necessitarão de cuidados e todos prestarão cuidados Ana Clara Silva, directora regional para as Políticas da Longevidade
Ana Clara Silva refere que, no total dos anos vividos, acima dos 65 anos (20 anos nas mulheres e 13 anos nos homens), mais de metade desses anos são vividos com doença crónica e com dependência. Por outro lado, 70% dos utentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPIS/Lares), apresentam 2 ou mais doenças crónicas e a deterioração cognitiva está presente em metade, ou mais, das pessoas institucionalizadas.
A directora regional fez ainda referência também ao facto de os agregados familiares serem constituídos, em média, por 3 (2,5) pessoas (PORDATA, 2021), sendo que muitas das pessoas idosas vivem sozinhas, ou, acompanhadas por uma pessoa da mesma idade, pelo que quando se instala a dependência numa delas, dificilmente a outra consegue suportar a demanda de cuidados que se impõe.
Ana Clara Silva enaltece a relevância deste
sector assistencial para o utente, e reitera que os Cuidados de Longa
Duração são o meio, por excelência, para se alcançar o Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável: “Garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todos
em todas as idades”, assegurando assim a equidade na
cobertura universal de saúde em todas as idades, sobretudo às pessoas
mais idosas.