Madeira

Suposto envolvimento da mulher de Albuquerque no negócio da Praia Formosa azeda sessão municipal

Fotos Miguel Espada/Aspress
Fotos Miguel Espada/Aspress

Uma intervenção da deputada municipal Andreia Caetano (PS), a admitir que o recente interesse do presidente do Governo Regional no futuro desenvolvimento da Praia Formosa está relacionado com o facto da respectiva esposa trabalhar para a empresa que ali pretende fazer um projecto imobiliário, causou agitação na sessão da Assembleia Municipal do Funchal desta manhã, com o próprio presidente da Câmara a responder que quem tem “telhados de vidro” é a representante socialista.

Tudo começou com uma intervenção de Andreia Caetano, em que questionou os planos imobiliários para a Praia Formosa e afirmou que a presença de Miguel Albuquerque a “negociar” com privados no local na semana passada só poderia configurar uma “usurpação das funções” do presidente do executivo ou uma associação à actividade profissional da mulher, que “trabalha para uma empresa do grupo” que pretende construir um empreendimento na zona.

Na sequência desta intervenção, Pedro Calado criticou as “acusações baixas e gratuitas” e pediu a Andreia Caetano para “não entrar no caminho da insinuação” pois será ela quem, afinal, terá “telhados de vidro”. O presidente afirmou que já é presidente da Câmara há ano e meio e que tem acesso a informação relativa aos mandatos das vereações anteriores, que mostra "situações desagradáveis" que ainda não vieram a público. Recorde-se que a deputada municipal era adjunta nomeada pelos presidentes Paulo Cafôfo e Miguel Silva Gouveia. "As anteriores vereações tiveram aqui uma agência de emprego de familiares", declarou Pedro Calado numa fase mais adiantada da discussão.

Em relação aos planos para a Praia Formosa, o presidente da autarquia explicou que quando o presidente do Governo falou numa articulação com os privados referia-se à melhoria das infraestruturas rodoviárias de acesso àquela zona e que a grande prioridade será manter o acesso livre à praia. Calado garantiu que "houve sempre clareza nas deliberações" camarárias relacionadas com aquela zona e que a autarquia vai "continuar a seguir essa metodologia de detalhe e cuidado". "Nada do que vai ser feito será acima da lei", assegurou o autarca, que lembrou que os projectos em desenvolvimento foram aprovados pelas vereações anteriores. "Já chega daquele marasmo que ali está há muitos e muitos anos. Queremos desenvolver aquela zona", rematou.