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FMI aconselha Portugal e outros países a estarem "vigilantes" sobre crise na habitação

Foto Shutterstock
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O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Europa aconselha as autoridades de países europeus com problemas de habitação, como Portugal, a "estarem vigilantes" sobre os riscos para a estabilidade financeira, propondo soluções no lado da oferta.

"Os preços das casas aumentaram bastante em vários países ao longo da última década e isso aconteceu em função das baixas taxas de juro durante um período relativamente longo e, depois, em vários países, tivemos outro impulso durante a pandemia porque as pessoas passaram para o teletrabalho", contextualizou Alfred Kammer, em entrevista a agências de notícias europeias, incluindo a agência Lusa, em Estocolmo.

Confrontado pela Lusa com os atuais problemas de habitação verificados em Portugal, o responsável apontou ser necessário acautelar "os riscos para a estabilidade financeira".

"Os supervisores têm de ser vigilantes e realizar testes de 'stress'", sugeriu Alfred Kammer.

Ainda assim, o diretor do FMI para a Europa salvaguardou que "não se trata apenas de um problema do lado da procura".

"Tem havido na Europa, em muitos países, um problema do lado da oferta e isso tem de ser abordado, independentemente do que estamos a ver na frente dos preços da casa", defendeu.

Segundo Alfred Kammer, este cenário no mercado habitacional "tem sido muito mau para o crescimento porque quando se olha para os jovens, eles não podem se mudar para os centros urbanos porque é muito caro".

"Essa é uma questão mais vasta fora das atuais correções a que estamos a assistir, que muitos governos europeus têm efetivamente de tratar", concluiu.

Em Portugal, o Governo de António Costa já adotou várias medidas para responder à crise da habitação.

O pacote de medidas proposto visa aumentar a oferta de imóveis utilizados para fins de habitação, simplificar os processos de licenciamento, aumentar o número de casas no mercado de arrendamento, combater a especulação e proteger as famílias.