“A força do nosso sucesso é a força da vossa inveja”, diz Filipe Sousa
Realizou-se hoje, mais uma reunião da Assembleia Municipal de Santa Cruz, que ficou marcada pelas divergências sobre a prestação de contas do exercício económico do ano 2022 e sobre a homologação da verificação interna da conta de 2020.
O presidente da Câmara Municipal, Filipe Sousa, realçou a "evolução extremamente favorável" da situação financeira da autarquia, que hoje tem uma dívida de 14,7 milhões de euros, um valor que dizer ser "perfeitamente controlado e que não hipoteca o futuro como acontecia em 2013, com a dívida deixada pelo PSD, no valor de 54 milhões".
O autarca destacou também uma capacidade de envidamento de 18,8 milhões de euros, saldo que em 2013 era negativo.
A nossa satisfação tem que ver com estes números que nos dão fortes expetativas de cumprimento do programa eleitoral e do cumprimento integral dos nossos quatro eixos estratégicos, que são a coesão social, sustentabilidade ambiental, sustentabilidade financeira e a Marca Santa Cruz Filipe Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz
Opinião distinta foi defendida por Bruno Camacho, da Coligação Cumprir Santa Cruz, que considerou que também o JPP "está a hipotecar o futuro com empréstimos a 20 e a 25 anos".
A afirmação mereceu reparo de Pedro Diniz, do PS, que disse que "é preciso o PSD ter lata para falar de democracia, de transparência e principalmente de dívida e de hipotecar o futuro". Na ocasião, recordou, a propósito, a dívida de seis mil milhões de euros dos governos de Alberto João Jardim, e a dívida do actual Governo que já vai em cinco mil milhões de euros. “E ainda vêm falar de hipotecar o futuro”, vincou.
A rematar esta discussão, Filipe Sousa citou o vereador Miguel Alves, dizendo que “a força do nosso sucesso é a força da vossa inveja”, acrescentando que o “melhor plano de mobilidade aprovado pela população nos últimos anos foi aquele que permitiu colocar daqui para fora o PSD e o CDS, agora coligados, e com isso criar condições para a pujança que Santa Cruz tem hoje”.
A polémica voltou depois a instalar-se na discussão do relatório do Estatuto da oposição, com a deputada Bruna Gouveia, da Coligação Cumprir Santa Cruz, a acusar a actual gestão camarária de não praticar as regras básicas da convivência democrática e respeito pela oposição.
Em resposta, o autarca lembrou que antes de 2013 nunca houve uma estatuto da oposição, que agora existe, mas acrescentou que realmente tem dificuldade em respeitar uma oposição com práticas demagógicas e que encaram o concelho de forma enviesada e ditada por interesses partidários.
De destacar que nesta reunião também fram votados os apoios às juntas de freguesia. Sobre este tema, o momento que gerou maior discussão foi quando a Coligação Cumprir Santa Cruz criticou esse apoio, defendendo antes o apoio aos clubes desportivos e associações.
Posição criticada por Pedro Diniz, do PS, que disse que chumbar apoio às juntas com o argumento que antes deviam ser apoiados os clubes “não é fazer oposição, nem é nada”. Pelo mesmo diapasão alinhou Élvio Sousa, do JPP, que lembrou que no passado as juntas não eram apoiadas com regularidade nem estabilidade, e que "não se pode comparar apoios a instituições democraticamente eleitas e que servem toda uma população com apoios a organismos de carácter privado".
Filipe Sousa também deixou claro que o apoio ao desporto profissional compete ao Governo Regional, e que a autarquia continuará a apoiar projectos de interesse municipal e não a financiar clubes e associações como no passado.