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China já retirou mais de 1.300 pessoas do Sudão

Porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning
Porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning

A China já retirou mais de 1.300 dos seus cidadãos do Sudão, tendo também ajudado cidadãos de cinco outros países a deixarem este país africano mergulhado no caos, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

"Até agora, mais de 1.300 cidadãos chineses foram retirados em segurança", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, citada pela agência France-Presse, acrescentando que muitos deixaram o país em navios enviados pela marinha chinesa.

"Ajudámos cidadãos de cinco países a retirar-se do Sudão em navios chineses", disse Mao Ning, notando que "outros países também pediram" ajuda "para as evacuações".

A China enviou dois navios, um 'destroyer' e outra embarcação de abastecimento, com 490 soldados a bordo para ajudar na retirada das pessoas, de acordo com a emissora estatal CCTV.

Esta é a terceira vez que a marinha chinesa envia navios de guerra para realizar uma missão de evacuação no estrangeiro, depois das operações de salvamento na Líbia, em 2011, e no Iémen, em 2015.

O primeiro grupo de 678 pessoas retiradas pelo mar chegou em segurança a Jeddah, na Arábia Saudita, esta manhã, segundo a CCTV.

A China afirma ser o maior parceiro comercial do Sudão e estima que, até meados do ano passado, haja mais de 130 empresas chinesas no país.

Com o funcionamento suspenso do aeroporto internacional de Cartum, a capital, na sequência dos combates, muitos estrangeiros estão a ser obrigados a sair do país em aviões que levantam voo a partir de pistas mais pequenas.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) anunciou que mais de 3.500 pessoas de mais de 35 nacionalidades que fugiram dos combates no Sudão procuraram refúgio na Etiópia desde 21 de abril.

A OIM disse que estava a reforçar a sua presença na cidade fronteiriça de Metema, na região de Amhara, no noroeste da Etiópia, numa estrada que liga o país à capital sudanesa, uma vez que o número de chegadas do Sudão tem aumentado.

Mais de 40% das pessoas que encontraram refúgio na Etiópia são turcos e 14% são etíopes, disse Eric Mazango, responsável pela comunicação da organização internacional na Etiópia.

"As chegadas aumentaram fortemente nos últimos cinco dias, de 200 registadas entre 21 e 22 de abril, para 350 no dia 23, mais de 1.500 no dia 24 e 1.300 no dia 25", acrescentou.

Desde 15 de abril que se registam combates no Sudão entre o exército sudanês e os paramilitares, nomeadamente em Cartum. Já causaram mais de 500 mortos e uma grave escassez de água, alimentos, medicamentos e combustível.