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Líder do PSD diz que Governo está "a apodrecer" e aponta ambição de "ser maioritário"

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O presidente do PSD acusou hoje o Governo de "estar a apodrecer", enquanto empobrece o país, e apontou a ambição de o partido ser maioritário nas próximas eleições legislativas.

"Estamos aqui para merecer ter o maior número de votos e mandatos no parlamento, que há de ser maioritário e há de ser de molde a dar condições ao nosso Governo de transformar o país. Não queremos ir para o Governo para sobreviver politicamente, para usufruir das benesses do poder", afirmou Luís Montenegro, na intervenção de abertura do Conselho Nacional do PSD.

Num discurso de cerca de meia hora, Montenegro repetiu as acusações de que o Governo do PS está "a empobrecer Portugal", mas acrescentou uma outra.

"O país empobreceu e o Governo está a apodrecer", apontou, dizendo que tal é demonstrado por "todos os casinhos e casões" que afetaram o executivo, mas também pela "falência de alguns serviços públicos", apontando em particular à justiça.

Numa alusão ao processo que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates, Montenegro alertou que, "a julgar pelas últimas notícias", a justiça não vai ser capaz de "dar um julgamento justo a quem causou tanto alarme social pela eventual prática de crimes graves no exercício das mais altas funções do Estado no Governo ou nas instituições financeiras".

"Se esses casos tiverem a prescrição, será mais um sinal da incapacidade do Estado de cumprir as tarefas mais elementares e isso revela o apodrecimento da governação socialista", criticou.

Entre outros exemplos do que classifica como apodrecimento entram, para Montenegro, os sucessivos "recordes de carga fiscal" e o facto de António Costa ter dito "que até preferia falar com sotaque brasileiro do que com sotaque português de Portugal" - frase que também já tinha sido criticada pelo líder do Chega, André Ventura -- ou as polémicas envolvendo a TAP.

"Quando membros do Governo dizem uma coisa e o seu contrário num espaço de horas e o primeiro-ministro encara com naturalidade, é o apodrecimento da função governativa e da sua autoridade", apontou.

Luís Montenegro chegou mesmo a acusar o PS de estar nas mãos da "publicidade política" e o primeiro-ministro, António Costa, de ser "um fantoche nas mãos do que os assessores de comunicação lhe dizem para fazer"

"Chegou a dizer que aquele partido que ele acha que nos cria problemas -- não nos cria problemas nenhuns -- que era insuflado pela comunicação social. Se fosse eu a dizer isto, caía o 'Carmo e a Trindade', sendo o dr. António Costa 'no pasa nada'", ironizou, recorrendo ao sotaque espanhol.

Montenegro repetiu uma ideia que já tinha deixado em outros Conselhos Nacionais, de que "há muitos interesses em Portugal que vivem bem com o PS e com António Costa".

"Quero dizer ao país e aos portugueses: não se deixem enganar outra vez pelo dr. António Costa e pelo PS", apelou.

E recorrendo à reprimenda do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na sessão de boas vindas ao Presidente do Brasil aos deputados do Chega por terem empunhado cartazes durante o discurso de Lula da Silva, deixou mais um 'recado' ao primeiro-ministro.

"Francamente, parafraseando alguém: já chega dessa brincadeira dr. António Costa, não é por os seus publicitários lhe dizerem isso que vai reeditar o ambiente que se viveu nas últimas eleições. Nem eu, nem o povo português estamos distraídos", avisou.