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Igreja realça "capacidade operacional" do Grupo VITA junto das vítimas de abusos

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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) destacou hoje a "capacidade operacional" do novo grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, denominado Grupo VITA.

Na conferência de imprensa de apresentação da nova estrutura, liderada pela psicóloga Rute Agulhas, José Ornelas lembrou o trabalho prévio da Comissão Independente no estudo desta realidade e explicou que o Grupo VITA surge como consequência do estudo feito pela comissão coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, mas marca também "uma nova fase" para a Igreja na abordagem ao tema dos abusos sexuais em contexto eclesiástico.

"É um grupo virado para ter uma vertente operativa da Igreja, por isso precisa de ter uma face de acolhimento bem autónoma e definida perante as vitimas e a sociedade, mas, ao mesmo tempo, articular para dentro da Igreja de forma eficiente, seja nos aspetos das vítimas, seja no aspeto da prevenção", observou o presidente da CEP.

A criação do Grupo VITA surge na sequência do trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, que, ao longo de quase um ano, validou 512 testemunhos de casos ocorridos entre 1950 e 2022, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de 4.815 vítimas.

Como consequência, algumas dioceses decidiram afastar cautelarmente do ministério alguns padres, enquanto decorrem os respetivos processos.