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Protestos contra reforma da justiça no dia do 75.º aniversário do Estado de Israel

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Milhares de pessoas manifestaram-se em Telavive na tarde de ontem, enquanto em Jerusalém decorria a cerimónia que abriu as comemorações do 75.º aniversário da criação do Estado de Israel.

Reunidos no local onde os israelitas se manifestam todas as semanas há quatro meses contra a reforma da justiça pretendida pelo Governo de Benjamin Netanyahu, considerada antidemocrática pelos seus críticos, os manifestantes apelaram a um "dia da independência", segundo um jornalista da agência France-Presse.

Agitando bandeiras israelitas, gritaram "democracia" antes de cantores populares começarem a animar a noite festiva, como noutras cidades do país onde foram montados palcos nas ruas para espetáculos gratuitos.

Num discurso transmitido num ecrã gigante no início da cerimónia em Jerusalém, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, apelou à unidade.

"Só unidos, podemos alcançar os nossos objetivos... Estar unido é saber que temos um povo e um Estado e não temos e não teremos outra terra", disse.

A cerimónia que abriu os festejos decorreu sem incidentes, apesar dos receios de que os ativistas antirreformistas a perturbassem.

Desde que o plano de reformas foi anunciado, no início de janeiro, dezenas de milhares de israelitas manifestam-se todas as semanas para denunciar o texto e condenar o Governo formado em dezembro por Netanyahu.

Este último anunciou, a 27 de março, uma "pausa" legislativa para dar uma "oportunidade [...] ao diálogo", após a intensificação dos protestos, o início de uma greve geral e o surgimento de tensões dentro da maioria parlamentar, mas a mobilização contra a reforma continua.

Para o governo, o texto visa, entre outras coisas, reequilibrar os poderes, reduzindo as prerrogativas do Supremo Tribunal Federal, que considera politizadas, em benefício do Parlamento.

Os críticos da reforma, pelo contrário, acreditam que ela corre o risco de abrir caminho para uma deriva autoritária.