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Portugal alerta para falta de apoio à agricultura e para a seca

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O Governo português criticou hoje a insuficiência dos apoios disponibilizados pela União Europeia (UE) para os agricultores enfrentarem a conjuntura inflacionista e alertou que a seca vai piorar a situação para este setor.

"Portugal está preocupado [...]. O apoio insuficiente das medidas da UE tem levado à adoção de auxílios do Estado. Aliás, no nosso caso, estamos a preparar, com o apoio da Comissão [Europeia], um auxílio aos nossos agricultores para fazer face à conjuntura inflacionista, à qual agora se junta uma seca com impactos nas culturas cerealíferas e pecuária extensiva", disse o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, citado em comunicado.

Os ministros da UE com as pastas da Agricultura e das Pescas reuniram-se hoje no Luxemburgo para analisar as políticas agrícolas do bloco comunitário. Portugal fez-se representar pelo secretário de Estado.

Gonçalo Rodrigues acrescentou que a seca já deixou 26,6% do território europeu "em situação de alerta" e que este assunto foi abordado durante o encontro ministerial. Já em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) 10% do território já está em situação de seca extrema e 40% em seca moderada.

Em simultâneo, o Governo está "preocupado com a persistência da conjuntura inflacionista no setor agroalimentar em toda a UE" e que em Portugal se está a fazer "sentir de forma acentuada, nos custos elevados dos fatores de produção aos agricultores, tendo como consequência perdas de rendimento na produção que atingiram os 12%".

Isto tem consequências para os consumidores que acabam por pagar mais pela alimentação.

Portugal também é favorável, anunciou o governante, "à manutenção de uma abordagem comum" entre os Estados-membros para continuar com o apoio à Ucrânia, particularmente a mitigação dos problemas com o escoamento de cereais, dependente de um acordo com Moscovo que só foi alcançado com a mediação do secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres.

Em paralelo, Portugal defende que os 27 têm de trabalhar para "o bom funcionamento" do mercado agrícola interno.