Sérgio Gonçalves diz que é tempo de mudar a Madeira
Presidente do PS-M falava no discurso do ‘Almoço da Liberdade’ para assinalar o 25 de Abril
Sérgio Gonçalves afirmou, hoje, que é tempo de mudar a Madeira. Nesse sentido, deu garantias de que Partido Socialista tem as soluções para resolver os problemas dos madeirenses e para os desafios que se colocam à Região.
O socialista apontou baterias ao Governo Regional do PPD, que já teve quase 50 anos para mostrar o que vale e que é culpado pela realidade que se vive na Região, marcada pelas dificuldades no acesso à saúde e à habitação e pela emigração. Um executivo que, conforme disse no discurso do ‘Almoço da Liberdade’ para assinalar o 25 de Abril, continua sem implementar medidas complementares de apoio para mitigar o aumento brutal do custo de vida que os madeirenses têm sentido.
Endereçando fortes críticas a Miguel Albuquerque, o presidente do PS-M sustentou que “não é das elites que os madeirenses precisam”, mas sim de pessoas sérias, competentes e que apresentem soluções. “O tempo das elites foi o tempo da ditadura e esse tempo já acabou”, afirmou, dando ainda conta que “a Madeira que queremos não se rege por interesses pessoais e corporativos, mas sim pelo interesse coletivo e pelo bem comum”.
Sérgio Gonçalves apontou como seu desígnio garantir “uma terra onde possa viver e trabalhar quem cá nasceu”, salientando a importância da mobilização para que seja possível concretizar a mudança que os madeirenses tanto querem e merecem.
O nosso adversário está lá fora. Não está cá dentro”, disse, exortando à união em torno deste projeto e de ideais comuns, lutando para que o PS tenha o melhor resultado possível. “Quem não quer o sucesso do PS-Madeira não quer o sucesso da Madeira. Quem não quer o bem do PS-Madeira não quer o bem da Madeira". Sérgio Gonçalves
Com duros reparos à governação regional, o presidente do PS-M sublinhou que é tempo de “deixarmos de defender os interesses de apenas alguns e começarmos a defender os problemas de todos”. “É tempo de olharmos os problemas de frente e de apresentarmos soluções para os mesmos. É tempo de mudar a Madeira. Nós queremos mudar a Madeira e vamos mudar a Madeira”, declarou.
Perante os perto de 400 militantes e simpatizantes que encheram um restaurante do Funchal, Sérgio Gonçalves não deixou também de apelar à luta contínua pela afirmação das conquistas de Abril. “Essa liberdade que conquistámos está hoje ameaçada por populismos da direita que tentam chegar ao poder e por outros de direita que, aparentemente menos populistas, querem associar-se a esses populistas para se manterem na governação, no caso da Região, ou para chegar à governação, no caso do País”, advertiu.
É contra esses populismos de direita que temos de lutar e fazer valer os valores de Abril, que são também os valores do PS". Sérgio Gonçalves
A ameaça e o desrespeito pela democracia na Região foi outra das preocupações manifestadas pelo líder socialista, que aproveitou para criticar a prepotência com que a maioria PSD-CDS e o Governo tratam a oposição e as suas propostas. Por isso, deixou uma garantia: “No dia em que formos governo na Região, nós vamos respeitar a vontade popular, vamos respeitar as oposições, quem pensa diferente e vamos defender a Madeira e os madeirenses”.
Já a presidente das Mulheres Socialistas da Madeira constatou que na Região “ainda não se fez o 25 de Abril” e que “passamos da ditadura para uma democracia que estrangula, que asfixia, que empobrece e que procura controlar tudo e todos”.
Mafalda Gonçalves questiona como é que, ao fim de quase 50 anos de governação do PPD, os madeirenses continuam a passar por tantas dificuldades, a ter o mais baixo poder de compra do país, dando conta do facto de a classe média não conseguir comprar casa e de 61 mil madeirenses sobreviverem com menos de 551 euros por mês.
De acordo com a também deputada, falta cumprir Abril na Madeira e isso só será possível com uma mudança governativa.
É tempo de mudar. E o tempo é agora”. Mafalda Gonçalves
Mafalda Gonçalves aproveitou também para lembrar que, 49 anos depois da Revolução, a igualdade entre homens e mulheres ainda não é uma realidade e alertou para as ameaças aos direitos conquistados.
Na ocasião usou também da palavra o líder da JS-Madeira, Pedro Calaça Vieira, que apelou a que não se baixem os braços na luta contra o fascismo e salientou a importância de explicar às novas gerações a realidade que era vivida no regime ditatorial, “para que os erros não se repitam”.