Raimundo diz que é preciso cumprir Abril e mostra "vergonha alheia" por postura do Chega
O secretário-geral do PCP defendeu hoje que é preciso "que se cumpra Abril" e se respeite a Constituição, e admitiu ter sentido "vergonha alheia" pela postura do Chega durante o discurso de Lula da Silva.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República após a sessão solene comemorativa do 49.º aniversário da Revolução dos Cravos, Raimundo afirmou que, do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, retirou três ideias, começando por destacar a afirmação do chefe de Estado de que "Abril está vivo".
"De facto está vivo, nas suas conquistas, nos seus valores, aliás essa expressão das suas conquistas e valores teve expressão ontem [segunda-feira] durante a noite, hoje durante a manhã e terá expressão logo à tarde nessas avenidas e ruas do país, e em particular na Avenida da Liberdade", sublinhou.
Por outro lado, o secretário-geral do PCP referiu que concorda com o Presidente da República quando diz que "Abril é do povo", sublinhando que a Revolução dos Factos é de facto "uma consagração do povo".
Por último, o líder comunista salientou também que Marcelo alertou que, "vão-se alternando os governos e os primeiros-ministros e, no fundamental, a lei fundamental não está a ser consagrada".
"É em Abril e nos seus valores que está a resposta para os problemas que enfrentamos. É preciso então é que se cumpra Abril e em particular aquilo que é a lei fundamental, nomeadamente naquilo que consagra, desde o direito à igualdade, ao acesso à habitação, à saúde, à dignidade, ao aumento dos salários. É isso que falta cumprir", frisou.
Nestas declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo foi questionado sobre como é que o PCP se posiciona perante a postura do Chega durante o discurso do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, esta manhã.
"Acho que é um incidente sem comentários, isso responsabiliza os próprios. Um bocadinho de vergonha alheia, um bocadinho de vergonha alheia", respondeu.