Paulo Alves destaca os índices de pobreza da Madeira
"Não podemos dissociar as mudanças que trouxe “Abril de 1974”, do progresso e desenvolvimento de Portugal, em geral, e da nossa Região, em particular", começou por referir Paulo Alves, na intervenção em representação do JPP.
No desenvolvimento que se verificou na Região, em 49 anos, não tem dúvidas de que não podem ser esquecidos "muitos erros se cometeram na governação PSD e agora em coligação com o CDS. Pois, apostou-se exageradamente em investimentos de betão em detrimento de setores prioritários como a Saúde e a Educação. A prova está nas construções megalómanas, sem preocupação pela sua utilidade, manutenção e até mesmo, a sua necessidade. Porque foram gastos milhões e milhões de euros, sem o rigor imprescindível na aplicabilidade dos dinheiros públicos".
Passados estes anos, ainda hoje "persiste-se nos investimentos descabidos e mal planeados, que apenas favorecem alguns, em detrimento do bem-estar para o Povo".
Apesar do desenvolvimento que aconteceu na Região, "ainda continuamos num processo governativo que defende interesses instalados, com particular preocupação pelos grandes grupos económicos, criando assimetrias entre as classes sociais".
Sendo a classe média, aquela que tudo paga e que pouco ou nenhum direito tem, quando se fala em apoios sociais.
Somos uma Região, sublinham, cujo rendimento monetário líquido anual por adulto em 2022, foi de 9 520 euros enquanto que a nível nacional situou-se nos 11 014 euros, "ou seja, mais 15% do que na Madeira".
Uma Região, destaca Paulo Alves, "com uma taxa de risco de pobreza bastante elevada para o número de habitantes. Uma taxa de risco de pobreza ou exclusão social na ordem dos 29,6%, o equivalente a mais de 74 mil pessoas… portanto, com um aumento de 3,7% em comparação ao ano anterior. Enquanto que a nível nacional se fixou nos 19,4%, muito abaixo dos valores da Região".
O deputado do JPP também destacou a elevada carga fiscal na Região.
"Um outro setor que precisa ser tratado com outra prioridade na hierarquia das prioridades governativas, é o setor da Saúde… As listas de espera são altamente exageradas para uma Região com 251 060 habitantes", sublinha.
Terminou, defendendo o voto dos emigrantes nas eleições regionais.