Madeira

CDS diz que Câmara de Santa Cruz implementou "medida insensível" para com a população

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O líder parlamentar do CDS-PP, António Lopes da Fonseca, demonstrou hoje a sua solidariedade para com a população devido à medida implementada pela Câmara Municipal de Santa Cruz, que colocou parquímetros em diversas ruas do Caniço de Baixo. O centrista fez as contas e afirma que os trabalhadores dessa zona podem vir a gastar cerca de 10% do seu ordenado em estacionamento.

Numa iniciativa realizada hoje no Caniço, Lopes da Fonseca afirma que "basta olharmos à nossa volta, estamos numa zona de moradores que não têm a possibilidade de estacionar os seus carros entre as 8h00 da manhã e as 19h00, sob pena de terem de pagar 40 cêntimos por hora". "Uma pessoa que trabalhe das 8h00 às 18h00 tem que deixar o seu carro estacionado durante essas 10 horas. Ou seja, as máquinas dos parquímetros dizem que o máximo são 5 horas de estacionamento (dois euros / 40 cêntimos por hora). Mas as pessoas que trabalhem 8 a 10 horas por dia, terão de pagar essas 8 a 10 horas e não as 5 horas que o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz disse recentemente à comunicação social que seria o máximo que os utilizadores iriam pagar", reitera, acrescentando que "isto significa que uma pessoa que esteja aqui entre 8 a 10 horas a trabalhar irá pagar entre 3,20€ e 4,00€ por dia. Imaginemos que a pessoa ganha 800€ por mês, 10% do seu ordenado vai ser para pagar o estacionamento. Estamos a falar de 80€ por mês".

"Como é que é possível que o Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz seja tão insensível, ao ponto de não ter em consideração quer as dificuldades que as pessoas passam atualmente, quer os próprios moradores que são obrigados a pagar também", questiona. Lopes da Fonseca nega que, ao contrário do que afirmou Filipe Sousa, esta seja uma medida para disciplinar o trânsito. "Basta olharmos à nossa volta e vemos que os parques estão quase todos vazios porque as pessoas não podem pagar estes valores exorbitantes", afirma.

O partido apela a que o presidente Filipe Sousa, "em nome da indignação das pessoas que aqui vivem e das centenas de pessoas que trabalham na restauração e hotelaria", pondere e que "tenha em conta que metade destes parquímetros que aqui estão, deveriam ser retirados para devolvê-los gratuitamente quer aos moradores quer às pessoas que aqui trabalham". “Se não o fizer, está claramente a demonstrar uma insensibilidade profunda em relação à população”, conclui Lopes da Fonseca.