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Portugueses "fora de situação de maior perigo" mas um quis ficar no Sudão

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FOTO AMPE ROGÉRIO/LUSA

Dos 22 portugueses que o Governo sinalizou no Sudão, 21 "estão fora da situação de maior perigo" e a caminho de Portugal e um quis permanecer naquele país, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.

"Ainda não estão todos fora do país, mas estão todos fora de situação de maior perigo. Naturalmente que até estarem todos fora do país e em território nacional, continuaremos a acompanhar", adiantou Gomes Cravinho, no Porto, para participar num fórum empresarial que vai reunir empresários brasileiros e portugueses, onde estará também o Presidente do Brasil, Lula da Silva, e o primeiro-ministro, António Costa.

O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros esclareceu que há várias missões de retirada de cidadãos estrangeiros daquele país, nas quais se inserem os cidadãos portugueses: "Onze portugueses estão já no Djibuti, com uma missão espanhola veio uma [cidadã portuguesa] que já está em Madrid, os outros vieram com apoio francês e outros num comboio das Nações Unidas, outros num comboio internacional, há um conjunto de meios de retirada que estão agora em curso", explicou.

O ministro salientou que "até estarem todos fora do país não estão completamente livres de perigo", mas que a "expetativa é positiva".

Sobre o cidadão português que quis permanecer no Sudão, o ministro salientou que essa foi uma decisão do próprio.

"Estaremos sempre em contacto com ele, é uma decisão própria, está numa zona onde não há conflitos e esperamos que tudo corra bem, mas é uma opção própria", apontou.

Questionado sobre se a missão de repatriamento dos portugueses no Sudão está a ser coordenada com a União Europeia, Gomes Cravinho explicou que não: "Não é uma coordenação da União Europeia, há uma coordenação muito próxima, minha e da senhora ministra da Defesa com aliados, muito em particular a França e Espanha", disse.

Quanto à possibilidade de a Força Área Portuguesa participar naquela missão, o ministro não excluiu essa hipótese.

"Estamos a ver se faz sentido enviar um meio da Força Aérea Portuguesa ou se, pelo contrário, é possível virem com outros aviões de aliados para sítios mais próximos e aí a força aérea ir buscá-los", referiu.

Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).