O futuro da Madeira
Em Outubro os madeirenses deverão escolher um novo governo. É mais um momento ímpar da história da democracia da Madeira. Mas, após quase 50 anos do 25 de Abril, a RAM continua a ser governada pelo mesmo partido. Não é saudável para a democracia e induz a ideia de ausência de alternativa. Há muitas razões para este facto, mas julgo ser avisado assumir, entre outras coisas, a incapacidade de apresentar uma solução que corresponda aos anseios das populações do arquipélago. Apesar das dificuldades, e das dúvidas, ninguém deve baixar os braços. É preciso construir um projeto político ganhador e que corresponda a um novo projecto de rutura e com ambição progressista. Para isso ele deve ser consistente, com discurso sólido, adequado à realidade e com protagonistas representativos da sociedade. Um projeto destes não copia outros, nem está encaixado nos interesses que prejudicam os madeirenses. Mais, um projeto assim deve ser capaz de mobilizar e agregar e não fechar-se na esteira dos interesses de oportunidade eleitoral. Alargar, integrar e respeitar são palavras-chave para consensualizar ideias, projetos e linhas vermelhas. Não são as ideias e as linhas vermelhas de cada um de nós. São, na verdade, o que entendemos ser o que os madeirenses procuram numa alternativa. Querem manter os portos em monopólio? Querem ignorar o impacto da necessidade da diversificação económica?
Querem dar pouca ênfase ao reforço das políticas sociais?
Querem passar ao lado do potencial das políticas públicas que protegem o nosso ecossistema? Querem uma atitude revanchista e ditatorial a quem pensa e age de forma diferente? Querem uma política energética de interesses? Querem uma cadeia de transportes sujeita a ditames externos? Querem políticos subservientes e amedrontados?
Na verdade, cada madeirense sabe bem o que quer e, sobretudo, identifica facilmente os agentes tóxicos e os malfeitores. Julgo evidente que um programa que contrarie tudo aquilo de forma convicta e racional é “meio caminho andado” para ter acolhimento entre os madeirenses. Por isso, para ser uma solução o PS-M não pode ser o Partido do status quo, o Partido acabrunhado, o Partido do experimentalismo, o Partido que arrisca apresentar na linha da frente o que há muito já sabe que não é o caminho da madeirensidade, o Partido que confunde o eleitorado com lógicas internas que chocam com princípios e regras pré-estabelecidas. É quase incongruente que 50 anos sem chegar ao poder, seja o PS-M a encolher-se perante os poderes e a manifestar falta de coragem para combater o que há muitos anos sabemos que prejudica a vida dos nossos concidadãos. É difícil compreender que existam lideranças maniatadas num tempo que exige esforço conjunto e capacidade de decidir a favor dos madeirenses e não apenas do pagamento de favores pessoais. Por isso, é fundamental unir todos os esforços e mobilizar o eleitorado para as virtudes de uma mudança. Essa unidade em torno de um projeto começa pelo Partido. Fechar-se num casulo e ditar orientações de pacotilha que contrariam o interesse do eleitorado é errado e uma espécie de antevisão de um suicídio eleitoral anunciado. Esta é a altura de estamos unidos de juntarmos esforços. Comigo os madeirenses sabem que podem contar e também sabem que é com o PS-M que defendo uma Madeira de futuro.
Sempre com a Madeira!