Preços das casas no Funchal lideram subidas nos maiores municípios fora Lisboa e Porto
As estatísticas dos preços da habitação ao nível local revelam aumento de 23,4% para 2.429 €/m2 no 4.º trimestre de 2022
"Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes fora das áreas metropolitanas, apenas Funchal e Coimbra apresentaram simultaneamente um preço mediano (2.429 €/m2 e 1.689 €/m2, respectivamente) e crescimento homólogo (+23,5% e +19,1%) superiores ao nacional", lê-se na nota de resumo das Estatísticas de Preços da Habitação ao Nível Local no 4.º trimestre de 2022, divulgadas esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Diz a autoridade estatística, "em 2022, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.484 €/m2 e manteve-se acima do valor nacional nas sub-regiões do Algarve (2.339 €/m2), Área Metropolitana de Lisboa (2.096 €/m2), Área Metropolitana do Porto (1.609 €/m2) e Região Autónoma da Madeira (1.571 €/m2)", o que significa que, em média, cada metro quadrado na capital madeirense custava no 4.º trimestre de 2022 mais 638 euros do que na média regional.
No 4º trimestre de 2022, "o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.500 €/m2, correspondendo a uma taxa de variação homóloga de +10,7% (+13,5% no trimestre anterior). O preço mediano da habitação aumentou, face ao período homólogo, em 22 sub-regiões NUTS III, destacando-se os crescimentos no Alentejo Litoral (+22,6%), Região Autónoma da Madeira (+18,9%), Aveiro (+18,3%) e Médio Tejo (+17,2%)", acrescenta.
No período em análise, "o Algarve (2.435 €/m2 e +15,2%), a Área Metropolitana de Lisboa (2.169 €/m2 e +13,9%), a Região Autónoma da Madeira (1.791 €/m2 e +18,9%), a Área Metropolitana do Porto (1.667 €/m2 e +15,4%) e o Alentejo Litoral (1.545 €/m2 e +22,6%) registaram, simultaneamente, valores medianos de habitação e taxas de variação homóloga superiores aos do país (1.500 €/m2 e +10,7%)", calcula.
Mais, refere o INE, "as quatro sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados - Algarve, Área Metropolitana de Lisboa, Região Autónoma da Madeira e Área Metropolitana do Porto - apresentaram também os valores mais elevados em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador. Nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, o preço mediano (€/m2) das transações efetuadas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro superou, respetivamente em +75,6% e +64,3%, o preço das transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional", sendo esta uma das razões porque o Governo decidiu acabar com os 'vistos gold' que tem na aquisição de habitação até 500 mil euros um dos requisitos.
Diz ainda o INE que, "no 4º trimestre de 2022, ocorreu uma desaceleração dos preços da habitação em 14 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes (12 no 3º trimestre de 2022), destacando-se com decréscimos superiores a 10 pontos percentuais (p.p.), Barcelos (-19,2 p.p.), Maia (-16,5 p.p.) e Matosinhos (-11,6 p.p.). No município de Lisboa o valor foi -0,3 p.p.. Em sentido oposto, houve um aumento da taxa de variação homóloga em 10 municípios, evidenciando-se Santa Maria da Feira (+11,3 p.p.), Vila Franca de Xira (+7,8 p.p.) e Guimarães (+7,7 p.p.). O município do Porto registou um acréscimo de +0,8 p.p.".