Se não sabem o porquê destas “isenções” de IVA, não serem refletidas no preço, aqui fica uma achega.

O imposto no “talão”, é um “pró-forma”, que os vendedores têm. Portanto, quando querem vender um produto por 1,21 euros, metem lá o preço 1 euro (cem cêntimos) atribuído ao produto e 21 cêntimos atribuídos ao IVA (21 por cento - ou 21 por 100 como dizem os espanhóis). Quer isto dizer que, na realidade, os vendedores contabilizam como valor do produto, o dinheiro todo. Quando o IVA passa para zero, claro que, como o preço “real” do produto é 1,21 euro, colocam este mesmo preço, mas com IVA a zero, para não perderem as margens de lucro. Portanto o IVA, está lá literalmente para embelezar. Essa é a minha opinião!

Os programas de contabilidade certificados, vieram trazer alguma legalidade, pois os vendedores, deixaram de poder fugir tanto, escondendo vendas. Assim, uma venda gera IVA (Imposto sobre o Valor do produto- Acrescentado), e funcionando tudo bem, esse valor de vendas e imposto, entra na contabilidade. Isto, se não houver “marosca” pelo meio: as vendas acabarem por nem ser lançadas porque descobriram mais algum truque no programa de contabilidade; ou afinal não foi emitido um recibo de venda, mas, um “talão de mesa” que depois desaparece; ou ainda, um produto vendido que acaba por entrar nos “prejuízos”; etc...

Portanto, o IVA que muitas vezes os fornecedores e vendedores estão a pagar, é mesmo “IVA Zero”, mesmo que o IVA real seja superior. E digo isto, porque há anos que muitas das vendas não aparecem na contabilidade. Os vendedores não são 100 por cento “contabilisticamente honestos” - mas já agora, o Estado também não é exemplo de idoneidade!

Não concordo com “iva´s zero”. Tudo e todos devemos contribuir o mínimo que seja, para que não precisemos de ivas a zero. Não esqueça de pedir a fatura/recibo, com número de contribuinte e de certificar-se que todos estes documentos são realmente lançados nas finanças (e-Fatura).

Quanto à fiscalização, em vez de andar a fiscalizar se os vendedores metem nos recibos imposto zero (que é “igual ao litro”), devia era confirmar se todos os produtos vendidos, são realmente contabilizados e lançados no respectivo sistema. Não esquecendo de penalizar todos, os que não o fazem.

Duarte Sousa Melim