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Ex-tesoureira de Hugo Chavez condenada a 15 anos de prisão nos EUA

Andrew S. Feldman, advogado de Adrian Figueroa e Marissel Descalzo, advogada de Claudia Guillen, ex-tesoureira de Hugo Chavez.
Andrew S. Feldman, advogado de Adrian Figueroa e Marissel Descalzo, advogada de Claudia Guillen, ex-tesoureira de Hugo Chavez., Foto: EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

A antiga tesoureira nacional da Venezuela, Claudia Guillén e o marido, Adrián Figueroa, foram hoje ambos condenados nos Estados Unidos a 15 anos de prisão, acrescidos de três em liberdade condicional, por branqueamento de capitais, noticiou a EFE.

Claudia Patricia Díaz Guillén e Adrián José Velásquez Figueroa foram ainda condenados a restituir 136 milhões de dólares (cerca de 124 milhões de euros) e pagar uma multa de 75 mil dólares (cerca de 68 milhões de euros) cada um, decidiu o juiz William Dimitrouleas no tribunal de Miami.

Os procuradores tinham pedido penas de prisão não inferiores a 23 anos e cinco meses de prisão para Clauida Guillén e 19 anos e cinco meses para o marido.

Dimitrouleas, após uma hora a ouvir os alegações das partes, declarou que "compreendia as circunstâncias familiares dos homens condenados" - pais de dois filhos - mas que, na sua avaliação, tinham criado "um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro" que os tornava merecedores da sentença.

O casal, cada um deles acompanhado pelo seu advogado, recebeu a sentença num tribunal do centro de Miami, onde tinham chegado algemados, tendo a sessão judicial tido tradução simultânea.

Ambos os cidadãos venezuelanos foram extraditados de Espanha, onde também possuem cidadania, em 2022 e em dezembro desse ano foram julgados por branqueamento de capitais.

Claudia Díaz Guillén e Velásquez Figueroa foram figuras próximas do antigo presidente venezuelano Hugo Chávez, sendo vulgarmente conhecidos como "enfermeiro" e "guarda-costas" do falecido presidente em 2013, tendo ambos instalando-se em Espanha em 2016.

Os procuradores norte-americanos acusaram-nos de terem feito uma fortuna de 136 milhões de dólares com uma rede de corrupção que aproveitou o seu tempo como tesoureiro nacional (2011-2013) para beneficiar do sistema de controlo cambial em vigor na Venezuela na altura.

A advogada de Claudia Díaz Guillén, Marissel Descalzo, interveio em tribunal para dizer que os 136 milhões de dólares não foram de forma alguma "roubados ao povo da Venezuela".

O advogado de Velasquez Figueroa, o norte-americano Andrew Feldman, alegou por seu lado que as leis dos EUA nunca foram violadas, alegando que o seu cliente efetuou transferências bancárias entre países "sem violar a lei".

A defesa tem agora 14 dias para recorrer da sentença.