Taxas de Juro no crédito à habitação atingem valor mais alto desde Julho de 2009
A taxa de juro implícita ao crédito à habitação na Madeira ascendeu em Março de 2023 aos 2,935%, o valor mais alto desde Julho de 2009. Há 13 anos e oito meses os consumidores com crédito à habitação pagavam, em média, 3,118% de taxa de juro.
Face ao mês anterior (2,625% em Fevereiro de 2023) a taxa de juro de Março aumento 11,8 pontos base e em relação a Março de 2022 (0,749%), o mesmo indicador aumentou uns impressionantes 291,85 pontos base, ou seja é hoje quase três vezes superior ao que era há um ano.
Esta evolução assustadora para quem tem crédito à habitação também reflecte-se na prestação total, reflexo dos valores do capital amortizado com as taxas de juros totais pagas. Há um ano, a prestação total média era de 268 euros, resultado de 231 euros do capital amortizado e 37 euros em juros. Em Março deste ano, a prestação total já tinha subido para 345 euros, sendo que 193 euros de capital amortizado e 37 euros dos juros.
Isto significa que no último ano, a prestação total aumentou 28,7%, sendo que o capital amortizado caiu 16,45%, enquanto que os juros totais dispararam 310,8%. Mais importante, pela primeira vez em 13 anos e 9 meses (Maio de 2009), em média as pessoas com crédito à habitação pagam mais pelos juros do que abatam no capital emprestado pela banca.
Acresce que o capital em dívida, que vinha aumentando desde Junho de 2021, baixou pela primeira vez em 22 meses, em Março, para 62.488 euros, face aos 62.534 euros de Fevereiro.
Os dados foram divulgados esta manhã pelo INE que refere que, no país, "a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 2,829% em Março, o valor mais elevado desde Junho de 2009, traduzindo uma subida de 29,7 pontos base (p.b.) face a Fevereiro (2,532%). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 3,409% em Fevereiro para 3,507% em Março. No mês em análise, o capital médio em dívida aumentou 166 euros, para 62.699 euros. A prestação média fixou-se em 331 euros em Março, traduzindo uma subida de 9 euros face a Fevereiro e 76 euros (29,8%) comparativamente com Março de 2022. Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação subiu 7 euros, para 576 euros", resume.