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Banco de Portugal produz 186,4 milhões de notas em 2022

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O Banco de Portugal (BdP) produziu 108 milhões de notas de 20 euros e 78,4 milhões de notas de 10 euros em 2022 através da Valora, impressor cujo capital é totalmente detido pelo banco central.

"O Banco assegurou a quota de notas que lhe foi atribuída nos termos do acordo celebrado com os bancos centrais da Áustria e da Bélgica e adjudicou a produção à Valora, que lhe entregou 108 milhões de notas de 20 euros e 78,4 milhões de notas de 10 euros", lê-se no "Relatório da Emissão Monetária" de 2022 divulgado hoje pelo BdP.

Segundo salienta, "o calendário de entregas estabelecido com os bancos centrais da área do euro foi integralmente cumprido".

Cada um dos bancos centrais nacionais da área do euro assegura anualmente a produção de um número reduzido de denominações de notas de euro, em quantidade correspondente a uma parcela da produção total do Eurossistema.

"Este modelo de produção descentralizada garante maior eficiência do processo produtivo e maior uniformidade na qualidade das notas, enquanto a troca das várias denominações produzidas, entre bancos centrais nacionais, permite satisfazer as necessidades de notas de cada Estado-membro", explica o BdP.

Em Portugal, desde a introdução do euro que a produção de notas de euro tem sido adjudicada à Valora, sendo que, no âmbito de um acordo estabelecido em 2018 com os bancos centrais da Áustria e da Bélgica, houve uma fusão das quotas de produção de notas de euro dos três bancos centrais e a divisão equitativa dessa produção entre a Valora e o impressor austríaco.

"Este acordo entrou em vigor no ano seguinte e vigorou até 2022, tendo sido prolongado, em 2021, por mais quatro anos (2023 a 2026), o que garante a maximização da produção da Valora e a minimização do preço cobrado ao Banco de Portugal pela aquisição de notas de euro", precisa o BdP.

No ano passado, o BdP não recebeu notas provenientes de outros bancos centrais do Eurossistema, mas entregou-lhes 49,6 milhões de notas de 20 euros e 22,4 milhões de notas de 50 euros, 60 mil notas de 100 euros e 90 mil notas de 200 euros.

De acordo com o relatório hoje divulgado, em 2022, "refletindo a maior entrada de notas por via do turismo (que não é totalmente absorvida pela procura) e, possivelmente, também o aumento das taxas de juro (que torna mais elevado o custo de oportunidade de ter notas), o valor das notas entradas no Banco de Portugal voltou a superar o valor das notas saídas".

"Foi, assim, retomada a tendência observada antes da pandemia", observa o banco central.

Assim, entraram no Banco de Portugal 11.539 milhões de euros em notas e saíram 9.708 milhões, respetivamente mais 34,4% e mais 10,9% do que em 2021.

Uma vez que o valor das notas entradas superou o das notas saídas, o valor das notas colocadas em circulação pelo BdP ("emissão líquida") voltou a diminuir, retomando uma tendência apenas interrompida em 2020 e em 2021, no contexto da pandemia.

No final do ano, a emissão líquida totalizava - 21.000 milhões de euros, o que representa uma redução de 9,5% relativamente ao final de 2021.

Ao contrário do que tipicamente acontece com as notas, o valor das moedas saídas do banco central tem sido superior ao das moedas entradas: Em 2022, o Banco de Portugal entregou moedas num montante 2,5 vezes superior ao das moedas recebidas.

No final do ano, a emissão líquida de moedas em Portugal atingiu 753,8 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 7,4% em relação ao ano anterior.

Globalmente, no conjunto da área do euro, o BdP avança que "a emissão líquida de notas de euro continuou a crescer em valor (1,8%), embora menos do que em anos anteriores".

"Até abril de 2022, a procura por notas subiu, impulsionada pela invasão da Ucrânia e o consequente receio de interrupção do normal funcionamento dos sistemas de pagamentos, mas este crescimento foi parcialmente compensado, a partir de julho, pelo efeito da subida das taxas de juro do Banco Central Europeu, que elevou o custo de oportunidade de deter este tipo de ativos e, desta forma, promoveu um maior regresso de notas aos bancos centrais", detalha.