No mês seguinte a ter estado bem perto de entrar em terreno negativo, a economia da Madeira parece dar sinais de recuperação, com o Indicador Regional de Actividade Económica (IRAE) a subir 1,5% em Janeiro de 2023.

Em Novembro e Dezembro de 2022, ficara nos 0,3%, ainda em crescimento mas que vinha desacelerando há oito meses, quiçá de forma surpreendente no primeiro mês deste ano inverteu o trajecto, com o melhor desempenho dos últimos cinco.

Na 'Síntese Económica de Conjuntura', a DREM analisa, como habitualmente, a situação da economia da RAM em Janeiro de 2023 a partir de 6 temas, resumidas a seguir numa breve análise dos principais indicadores de curto prazo, divididos por tema:

"Actividade Económica

Conforme acima referido, a atividade económica regional, em janeiro de 2023, inverteu a trajetória de abrandamento do crescimento, iniciada em Maio de 2022, superando os valores dos quatro meses anteriores.

A performance do setor do turismo deu um importante contributo para o crescimento da economia, já que as dormidas (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas) subiram 43,2% nesse mês, acima dos 26,1% verificados em dezembro.

A emissão de energia elétrica – um indicador associado à evolução da atividade económica - registou um crescimento de 1,4%, em janeiro de 2023, acima do valor verificado no mês anterior (+0,3%). No mesmo sentido, estava a introdução no consumo de gasóleo, que, em janeiro, cresceu 2,3%, quando tinha caído 3,4% no mês precedente.

Analisando o rácio das sociedades constituídas e dissolvidas, verifica-se que, em janeiro de 2023, por cada sociedade dissolvida na Região foram criadas 1,9 novas sociedades, rácio superior ao do mês precedente (1,3).

Consumo Privado

Um dos indicadores reveladores da evolução do consumo privado são as operações da rede SIBS com cartões emitidos por bancos nacionais. Observando os montantes dos levantamentos e compras com cartões nacionais, através de terminais de pagamento automático, verifica-se um crescimento de 15,5%, em janeiro de 2023, mantendo-se a tendência de aceleração que se verifica desde outubro passado.

A introdução no consumo de gasolina também acelerou, com a variação homóloga a se fixar em +14,8% (+7,0% em dezembro último).

As vendas de automóveis novos ligeiros de passageiros revelaram tendência semelhante, no mês em referência, crescendo +32,6% em termos homólogos, acima dos +23,0% do mês anterior.

Investimento

Quanto ao investimento, em janeiro de 2023, os indicadores dividem-se em dois blocos, com tendência oposta: enquanto a avaliação bancária de habitação (+15,6%; +14,0% no mês anterior), o saldo dos empréstimos para habitação (+2,0%; +2,5% em dezembro) e licenciamento de edifícios (+1,8%; -9,9% no mês anterior) estão em crescimento, as vendas de automóveis novos ligeiros de mercadorias (-66,7%; -65,6% no mês anterior), de cimento (-6,3%; -15,4% em dezembro) e o saldo dos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras (-5,4%; -2,6% no mês anterior) estão em queda.

Procura Externa

Ainda que o comércio com o estrangeiro seja apenas uma pequena fatia do comércio global que a Região efetua (a maior parte do qual com o Continente), é de assinalar que tanto as exportações (+15,4%) como as importações de bens (+22,1%) cresceram. O movimento de mercadorias nos portos, indicador mais abrangente no que respeita à dinâmica do comércio com o exterior aumentou +1,3%, quando tinha caído 0,9% no mês anterior. Nos restantes indicadores, e em janeiro de 2023, observa-se que a aceleração no movimento de passageiros nos aeroportos (+59,2%, +43,9% no mês anterior) está em linha com os levantamentos e compras, com cartões internacionais, através de terminais de pagamento automático (+41,9%; +31,1% no mês precedente).

Mercado de Trabalho

Os dados provenientes dos organismos que tutelam a área do Emprego no País e na Região mostram, em janeiro de 2023, um acréscimo das ofertas de emprego (+13,1%), dos pedidos de emprego (+8,7%), assim como dos desempregados inscritos ao longo do mês (+11,7%).

Preços

Em janeiro de 2023, a taxa de inflação homóloga, que se fixou em +8,3%, acelerou face ao mês anterior, sendo mais pronunciada nos bens (+10,3%) do que nos serviços (+5,4%). A inflação subjacente (que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos) foi de +7,8%."