Pequim condena passagem de navio militar dos Estados Unidos pelo Estreito de Taiwan
O Exército chinês condenou hoje a passagem do contratorpedeiro norte-americano Arleigh Burke USS Milius pelo Estreito de Taiwan, no domingo, uma semana depois de Pequim ter executado manobras militares ao redor da ilha.
"O Arleigh Burke USS Milius navegou através das águas do Estreito de Taiwan [no dia] 16 de abril, causando distúrbios", disse hoje Shi Yi, o porta-voz do Comando Teatro de Operações Oriental do Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas da China.
Shi adiantou que o Exército chinês organizou "tropas para seguir e vigiar" o navio de guerra dos EUA.
"As forças do Teatro Oriental estão sempre em alerta máximo, prontas para defender a soberania nacional, a segurança e a paz e estabilidade regional", acrescentou o porta-voz.
O contratorpedeiro da classe Arleigh Burke USS Milius navegou por um corredor fora das águas territoriais de qualquer país e onde a lei internacional permite a liberdade de navegação, de acordo com um comunicado divulgado hoje pela Sétima Frota da Marinha dos EUA.
"A passagem do Milius pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos Estados Unidos com um Indo-Pacífico livre e aberto", lê-se na mesma nota. "O Exército dos EUA voa, navega e opera onde a lei internacional permite", acrescentou.
A presença do navio de guerra norte-americano na área coincide com uma escalada de tensões entre China e Estados Unidos, suscitada pelo encontro entre a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, no início de abril.
Em resposta, a China realizou quatro dias de intensos exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram a simulação de um bloqueio da ilha.
Pequim encara os contactos internacionais de Taiwan como iniciativas no sentido da independência formal da ilha.
No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês.
Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.