Madeira

CDU defende Plano Estratégico para a promoção do sector primário

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A CDU esteve, hoje, no Mercado do Santo da Serra numa acção de contacto com os produtores para apresentar um projecto de decreto legislativo regional, que vai entregar na Assembleia Regional, o qual defende "a criação de um Plano Estratégico para a promoção do sector primário na Região Autónoma da Madeira".

"Uma Região Autónoma que não assume como prioridade a produção primária como forma de assegurar, em níveis razoáveis, a satisfação desta necessidade imediata das populações é uma Região onde está posta em causa a sua efectiva Autonomia", começou por dizer Ricardo Lume, citado em nota de imprensa.

O parlamentar nota que "em 2021, a Região importou 33 milhões de euros de produtos agrícolas, e os restantes produtos alimentares representaram 21,1% do total das importações, ou seja, mais de 51 milhões de euros". No seu entender, tal situação "requer a adopção de medidas urgentes que invertam o sentido de dependência [agroalimentar] a que se assiste".

Para a CDU, "a falta de atractividade deste sector é consequência das opções  da política de exploração e empobrecimento que o PSD e CDS impõem a quem vive da agricultura".

É injusto o agricultor comprar adubo, comprar o remédio para as pragas, pagar água de rega, para vir alguém comprar a semilha a 0,30€ ou 0,40€ ao produtor para depois venderem nos supermercados a 1,30€. O mesmo acontece com os produtores da cana de açúcar, que recebem 36 cêntimos ao kilo de cana, ou seja, seriam precisos cerca de 2182kilos de cana para um agricultor tirar o equivalente a um salário mínimo, ou seja, 785€.

Ricardo Lume considera que esta realidade "é inaceitável" e que "importa garantir a valorização do trabalho dos produtores pagando o justo valor pelos produtos agrícolas, pois o que verificamos é que os intermediários, estão a lucrar muito a pretexto da inflação, mas continuam a não pagar o justo valor pelos produtos agrícolas".

Neste sentido, justifica a pertinência de criar um Plano Estratégico para a promoção do sector primário na Região Autónoma da Madeira, explicando que este funcionaria como um "instrumento de planeamento dos programas e medidas necessárias para dotar esta Região Autónoma de capacidade de aprovisionamento e de acesso a bens alimentares, combater desequilíbrios acentuados na balança alimentar regional, garantindo a valorização do sector primário da região, assim como garantir um maior e mais justo rendimento aos produtores e trabalhadores deste sector".