Desporto

Treinadores de Marítimo e Paços de acordo com resultado final

José Gomes e César Peixoto reagiram ao 3-1 que antepenúltimo e penúltimo tiveram esta tarde na Madeira

Foto Helder Santos/Aspress
Foto Helder Santos/Aspress

José Gomes (treinador do Marítimo) reagiu assim ao resultado desta tarde: "Este jogo 20.000 da I Liga fica marcado com o brio dos nossos adeptos a apoiar, com toda a gente com as cores do Marítimo. Foi provavelmente o [jogo] mais consistente, porque não se pode falar assim de oportunidades do Paços de Ferreira. Houve em muitos momentos o controlo do jogo do Paços de Ferreira, mas o caminho para a baliza acabou sempre por estar bem fechado. [Triunfo vale mais que três pontos] São sete [pontos] pois no confronto direto [com o Paços de Ferreira] também estamos em vantagem. Foi um jogo muitíssimo importante para podermos continuar na luta da permanência sem recurso ao play-off. Não dependemos em absoluto de nós, mas podemos vir a depender depois de alguns resultados quando chegar o jogo com o Estoril na última jornada."

Assim, sobre a ausência de vitórias fora (próximo jogo é com o Famalicão), acrescentou: Tive a oportunidade de falar com algumas dezenas de adeptos no final do jogo com o Arouca [último jogo fora], e há adeptos que são realmente uns sofredores, pois só vão ver jogos fora, por trabalharem, viverem ou estudarem lá. Ainda não viram, desde que eu cheguei, uma vitória. Mas tenho agora de levar esta garra para esses jogos também."

Já César Peixoto (treinador do Paços de Ferreira) estava mais desiludido: "Sabíamos que o Marítimo ia entrar forte. Entrou nos primeiros cinco minutos muito agressivo, mas depois tomamos conta do jogo com bola, sobretudo criámos bem os espaços que queríamos, controlando sempre mais o jogo com bola e o Marítimo sempre a tentar mais a variação dentro do jogo e o jogo mais direto. Na primeira parte tivemos mais bola e mais domínio no jogo. Chegámos na frente, mas faltou alguma agressividade e, sobretudo, tomada de decisão no último terço para podermos criar mais situações incisivas de golo."

E continuou: "A 30 minutos do fim corremos o risco de partir um pouco o jogo. Colocámos dois avançados, porque tínhamos de arriscar a perder 2-0 e nesse momento o Marítimo foi mais forte que o Paços de Ferreira e criou situações claras de golo e poderia ter feito mais um golo ou outro, num momento em que deixamos de ser tão fortes nas vigilâncias. O Marítimo acaba por ser um justo vencedor pelo que fez, sobretudo, nos últimos 30 minutos. Até então acho que o jogo estava completamente dividido, mais nós até com bola, mas o Marítimo foi mais eficaz."

Sobre as consequências do resultado em termos de classificação, foi lacónico: "As consequências são obvias, fica tudo mais difícil, ficamos mais longe. A permanência direta parece-me impossível, vamos tentar o play-off ainda há muito calendário, há muito jogo. É difícil de reverter esta situação, não há como esconder. É difícil para os jogadores aceitarem que, num jogo onde até estávamos bem, acabámos por sofrer dois golos que nos 'beliscam' um pouco a confiança e o moral da equipa, mas enquanto matematicamente for possível vamos trabalhar de forma a acreditar até ao final, ninguém vai baixar os braços. Hoje [os jogadores] vão estar frustrados, amanhã também e depois temos de arrancar uma semana forte, sabendo que temos um Porto que é uma equipa mais forte, mas é um jogo onde também podemos [pontuar]. O Marítimo aqui em casa já venceu o Sporting e, por isso, temos de continuar a acreditar que é possível."