Filhos de 'El Chapo' entre 28 membros do cartel de Sinaloa indiciados pelos EUA
O Departamento de Justiça dos EUA indiciou ontem 28 membros do poderoso cartel de Sinaloa, incluindo os filhos do conhecido narcotraficante mexicano Joaquín "El chapo" Guzmán, na sequência de uma ampla investigação sobre o tráfico de fentanil.
O procurador-geral Merrick Garland anunciou as acusações na presença da chefe da Drug Enforcement Administration (DEA), Anne Milgram, e de outros procuradores federais.
As acusações foram dirigidas a líderes de cartéis, a alegados fornecedores de componentes químicos, responsáveis por laboratórios, traficantes do analgésico opióide fentanil, membros dos serviços de segurança privados, financiadores e traficantes de armas.
Os indiciamentos hoje anunciados abrangem os três filhos de Guzmán -- Ovidio Guzmán López, Jesús Alfredo Guzmán Salazar e Iván Archivaldo Guzmán Salazar --, conhecidos como "Chapitos" ou "pequenos Chapos", que possuem a reputação de formarem a fação mais agressiva e violenta do cartel.
Estas medidas também abrangem cidadãos chineses e guatemaltecos acusados de fornecerem os produtos químicos necessários para produzir o fentanil. Outras acusações também se dirigem a responsáveis pelo funcionamento dos laboratórios clandestinos e aos serviços de segurança e aos fornecedores de armamento para as operações de tráfico de droga, acrescentaram os procuradores.
Cerca de 107.000 norte-americanos morreram por 'overdose' de drogas em 2021. A DEA disse que a maioria do fetanil traficado para os Estados Unidos foi proveniente do cartel de Sinaloa.
"EL Chapo" foi condenado a prisão perpétua em 2019 por dirigir uma operação de tráfico em larga escala e está detido num estabelecimento de alta segurança do estado norte-americano do Colorado. No seu julgamento, os procuradores indicarem que diversas provas reunidas desde a década de 1980 demonstravam que o seu cartel garantiu milhares de milhões de dólares ao traficar toneladas de cocaína, heroína, metadona e marijuana para os Estados Unidos.
Oito dos indiciados no processo de hoje já foram detidos e permanecem em prisões fora dos Estados Unidos. Washington ofereceu elevadas recompensas para os que permanecem em fuga.