Eu também quero ser o Carlos Pereira….
A Caixa Geral de Depósitos perdoou 66 mil euros a Carlos Pereira, o deputado socialista na Assembleia da República que já foi líder do PS Madeira e que “pisca o olho” à possibilidade de o voltar a ser.
A mesma Caixa, que penhora ordenados e casas de famílias em dificuldades, foi tão magnânima, perdoando uma dívida – que não era dívida, segundo Carlos Pereira, mas sim um aval, como se um economista de profissão não tivesse a obrigação de saber que quando se é avalista fica-se corresponsável pelo pagamento de um crédito, se o credor falhar – a alguém que, curiosamente, foi membro de comissões de inquérito à gestão do banco.
E que, inclusive, em 2017, numa altura em que era o líder do PS da Madeira, foi quem elaborou o relatório da comissão de inquérito à CGD.
Um relatório que mandaria as culpas de uma nova injeção de capital, decidida pelo primeiro Governo de António Costa – numa decisão muito criticada pela Oposição, que quis saber pormenores sobre a gestão do banco público – para o anterior Governo PSD/CDS, de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, por terem optado pela capitalização da instituição “pelos mínimos”.
No tal relatório, Carlos Pereira disse ainda que não via razões para inquéritos à gestão da Caixa…
Enfim, este perdão até pode nada ter a ver com essa defesa da Caixa. É mais uma coincidência da vida, uma casualidade….
É pena é que estas coincidências não cheguem a milhares de portugueses que têm dívidas junto do banco…. Como credores e como avalistas.
Enfim, é a importância de se chamar Carlos Pereira e ser um deputado do PS….
Eu também gostaria de ser o Carlos Pereira. Já não teria uma dívida à Caixa e viveria, certamente, mais desafogadamente….
Ângelo Silva