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PCP apela a "debate sério" e que comissão à TAP se foque "no essencial"

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O PCP considerou hoje que as polémicas em torno da comissão parlamentar de inquérito à TAP não contribuem para um debate sério e pediu foco na defesa do interesse estratégico da companhia e dos seus trabalhadores.

"Há toda uma sucessão de casos e de polémicas que, do nosso ponto de vista, não contribuem para o debate político sério, aprofundado, rigoroso e construtivo relativamente ao futuro da TAP enquanto companhia aérea de bandeira e enquanto ferramenta estratégica para o nosso desenvolvimento e soberania", defendeu o deputado comunista Bruno Dias em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

Esta reação do PCP surgiu depois da saída do coordenador do PS na comissão de inquérito à TAP, Carlos Pereira, na sequência de uma notícia avançada na quinta-feira pelo jornal Correio da Manhã sobre um alegado perdão de parte (66 mil euros) de uma dívida daquele deputado enquanto avalista de uma empresa que faliu em 2015.

Na opinião do PCP, o PS "quer no Governo, quer na Assembleia da República", não só não tem contribuído para esse debate, como ainda acrescenta "mais crise à crise".

Para os comunistas, "o país não deve mesmo perder de vista as questões de fundo relativamente à TAP e ao seu futuro", apelando a um "debate sério, responsável e construtivo" relativamente à defesa da companhia e dos seus trabalhadores, que "devem ser respeitados".

"Concentremo-nos no essencial, vamos trabalhar em favor do interesse nacional e da defesa da companhia aérea e do seu futuro", acrescentou.

Questionado sobre se a saída de Carlos Pereira da comissão de inquérito pode ajudar a devolver o foco às questões essenciais da comissão parlamentar de inquérito, Bruno Dias disse não saber, considerando que é "neste momento" mais um episódio de "degradação do debate político".

Interrogado sobre se existe ou não um conflito de interesses pelo facto de Carlos Pereira ter sido relator da comissão de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em 2017, o deputado comunista apontou que houve trabalho parlamentar desenvolvido sobre essa matéria nessa comissão de inquérito, como noutras ocasiões, em legislaturas passadas.

"Na legislatura atual importa que as dúvidas e questões sejam cabalmente esclarecidas e os factos apurados e, em função das conclusões e da verdade descoberta e apurada, que haja essa avaliação", acrescentou.

O coordenador do PS na comissão de inquérito à TAP, Carlos Pereira, afirmou hoje que vai sair daquele órgão parlamentar para poder dar-lhe a "tranquilidade necessária", acabando com o que considerou um "clima de suspeição".

A saída da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, hoje anunciada pelo deputado Carlos Pereira, surge na sequência de uma notícia avançada na quinta-feira pelo jornal Correio da Manhã sobre um alegado perdão de parte (66 mil euros) de uma dívida de Carlos Pereira enquanto avalista de uma empresa que faliu em 2015.

O deputado do PS disse que "é falso" que tenha havido um perdão de dívida e acrescentou que tenha havido favorecimentos ou incompatibilidades.