Biden anuncia plano para que "sonhadores" acedam a cuidados de saúde
A administração norte-americana anunciou hoje um plano para que os migrantes "sonhadores", que chegaram aos Estados Unidos durante a infância, possam aceder ao programa Medicaid e aos planos médicos que fazem parte do Obamacare.
"Aceder a cuidados médicos deve ser um direito, não um privilégio", afirmou o presidente Joe Biden num vídeo divulgado no Twitter.
O plano permitirá aos "sonhadores" aceder pela primeira vez a cobertura médica do programa Medicaid para pessoas com baixos recursos e aos planos do programa Obamacare, aprovado em 2010, durante a presidência de Barack Obama.
As medidas devem entrar em vigor no final deste mês, disse fonte da Casa Branca à agência EFE.
Os beneficiários serão os "sonhadores" que foram acolhidos no âmbito do programa DACA, aprovado em 2012 com o objetivo de os proteger da deportação e dar-lhes permissão para trabalhar e viver temporariamente nos Estados Unidos.
Quando as mudanças agora anunciadas entrarem em vigor podem aceder a cobertura médica desses programas as 590.000 pessoas que beneficiam atualmente do DACA, segundo dados de setembro de 2022 do Serviços de Cidadania e Imigração.
Aproveitando o lançamento deste novo plano, Biden voltou hoje a pedir ao Congresso que abra caminho à cidadania para os beneficiários do DACA.
"Esta é a única casa que conheceram. São nossos amigos, nossos companheiros de trabalho. Estudam, trabalham arduamente, abrem empresas, muitos serviram o nosso país nas Forças Armadas e muitos foram trabalhadores essenciais na primeira linha durante a pandemia", argumentou.
"São norte-americanos em todos os sentidos exceto no papel. Já é a hora de o Congresso brindar os "sonhadores" com um caminho para acederem à cidadania", defendeu Biden, no vídeo.
Durante os dois primeiros anos do mandato de Biden, os democratas tinham a maioria nas duas câmaras do Congresso, mas nunca conseguiram os votos suficientes para aprovar uma reforma na imigração.
Atualmente, os republicanos controlam a Câmara dos Representantes e as probabilidades de aprovar uma reforma são ainda menores.