Prisão preventiva para suspeito de matar duas mulheres no centro Ismaili em Lisboa
O homem suspeito de matar duas mulheres no Centro Ismaili, em Lisboa, em 28 de março, ficou em prisão preventiva, disse hoje à agência Lusa fonte judicial.
Abdul Bashir foi na quarta-feira presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Central de Instrução Criminal, o qual aplicou ao arguido a medida de coação mais gravosa: prisão preventiva.
Segundo a mesma fonte, o arguido foi levado para o Hospital Prisional de São João de Deus, em Caxias, concelho de Oeiras, "onde vai permanecer internado e a receber tratamento hospitalar".
O alegado autor do ataque no Centro Ismaili, ocorrido em 28 de março, matou duas mulheres com uma arma branca, tendo sido baleado pela polícia e levado, nesse dia, para o Hospital de São José, em Lisboa.
As vítimas mortais são duas portuguesas, de 24 e 49 anos, que trabalhavam no Centro Ismaili nos serviços de apoio aos refugiados.
O arguido, de nacionalidade afegã, é beneficiário do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades.
A família de Abdul Bashir chegou a Portugal vinda da Grécia, no final de 2021, com os três filhos, viviam em Odivelas e recebiam apoio e formação no Centro Ismaili, que ajuda a comunidade de refugiados em Portugal.
No dia seguinte ao crime, o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou não haver "um único indício" de que o ataque tenha sido um ato terrorista, admitindo ter resultado de "um surto psicótico do agressor".
O Ministério Público determinou a abertura de um inquérito e a investigação está a cargo da PJ, sob a orientação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), encontrando-se sujeito a segredo de justiça.