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Confrontos tribais provocaram 24 mortos nos últimos dias na província sudanesa do Darfur

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Confrontos entre tribos árabes e não-árabes no Darfur, ocidente do Sudão, junto à fronteira com o Chade e República Centro-Africana, provocaram pelo menos 24 mortos e milhares de deslocados nos últimos dias, revelou hoje um dirigente local.

"Houve 24 mortos de ambos os lados desde o final do sábado", disse à agência France-Presse Mohammed Hussein Timane, membro do conselho local de Foro Baranga, que dista 185 quilómetros de El-Geneina, a cidade mais importante da província de Darfur.

Na segunda-feira à noite, as autoridades locais tinham declarado o recolher obrigatório noturno e decretaram o estado de emergência durante um mês em todo a província.

A calma regressou desde então, mas muitos efetivos das forças de segurança continuam destacadas na região, acrescentou Timane.

A Organização das Nações Unidas (ONU) registou 50 casas incendiadas em Foro Baranga e "cerca de 4.000 famílias, num total de 20.000 pessoas, deslocadas".

O Darfur é frequentemente cenário de violência tribal, a pretexto de disputas territoriais e dificuldades no acesso à água.

Uma guerra civil de 2003 entre as forças de segurança do regime do então Presidente, Omar al-Bashir, derrubado em 2019, e insurgentes de minorias étnicas provocaram cerca de 300.000 mortos e quase 2,5 milhões de deslocados, de acordo com a ONU.

Especialistas dizem que os conflitos tribais explodiram no Sudão devido ao vazio de segurança criado pelo golpe liderado pelo chefe do exército, general Abddel Fattah al-Burhan, em outubro de 2021, pondo fim à frágil transição que teve início após o derrube de Al-Bashir em consequência de protestos populares.

Os conflitos tribais mataram mais de 900 pessoas, feriram 1.000 e deslocaram quase 300.000 em 2022, de acordo com a ONU.