Ansiedade está a aumentar nos jovens madeirenses
Universidade da Madeira recebe cada vez mais alunos estrangeiros com alguns problemas de integração social
A ansiedade está a aumentar entre os jovens, sendo que a principal problemática dos alunos estrangeiros na Universidade da Madeira (UMa) é a integração. Esta foi uma das conclusões do Observatório Regional de Saúde Mental da Madeira, transmitidas esta tarde, no Auditório da UMa, à margem da conferência com o tema “Globalização, Transculturalidade, Integração: que desafios para a saúde mental e para a educação”.
“Abriu há um ano o gabinete do estudante internacional, exactamente para podermos dar mais apoio aos nossos alunos internacionais" explica ao DIÁRIO Elsa Fernandes, vice-reitora da UMa. "O problema da integração está na falta de afecto, da família, sendo que alguns vêm com dificuldades financeiras", enumerou, reforçando que a universidade tenta ajudar os alunos naquilo que é possível.
Os estudantes com este tipo de problemas, identificados pelos professores, são encaminhados para o Gabinete de Apoio Psicológico que os ajudarão na integração social.
Fazemos também o trabalho de acompanhar os alunos em consulta psicológica ou consulta de saúde normal, nós vamos acompanhar os nossos alunos internacionais nesse tipo de consultas, porque sabemos que é diferente, a doença torna-se menos pesada se tivermos alguém ao nosso lado a apoiar" Elsa Fernandes, vice-reitora da UMa
Actualmente a UMa tem 266 alunos estrangeiros (União Europeia) e 151 internacionais, num total de 3.500 alunos.
Elsa Fernandes não conseguiu dar um número exacto de alunos que já foram ajudados, mas deu a certeza de que são centenas.
E temos ajudado não só os internacionais, mas todos os alunos da UMa que precisam deste tipo de apoio" Elsa Fernandes
Antigamente, o Gabinete estava localizado na Reitoria da UMa, mas foi transferido para o Campus da Penteada, como forma de estar mais próximo e acessível para todos os alunos.
De acordo com Isabel Fragoeiro, Presidente da Escola Superior de Saúde da UMa e Coordenadora do Observatório Regional de Saúde Mental da Madeira (ORSM-RAM), a maior problemática presente nos jovens está relacionada com a ansiedade, levando à dificuldade no controlo das emoções, o não acompanhamento por parte dos pais, podendo levar muitas das vezes à depressão ou a "outros consumos".
A depressão pode levar ao suicido. O mais importante não é passar essa mensagem, do meu ponto de vista, o mais importante é criarmos condições, ao longo do desenvolvimento desde as fases iniciais até ao fim da nossa vida, que reforcem as forças internas das próprias pessoas, e que tenhamos em consideração que a infância a adolescência são fases muito importantes no desenvolvimento, em que há muitas mudanças, psicológicas, corporais e sociais. Isabel Fragoeiro