Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Dizia Jesus, na hora em que estava a expiar os pecados do seu povo, recebendo sobre si todo o peso da ira da justiça de DEUS.
Passados todos estes séculos – embora por motivos diferentes – somos nós a perguntar a Deus porque nos abandonou à mercê de outros tantos tiranos, indivíduos sem escrúpulos, sem dó, nem piedade, discípulos do mal e do diabo que estão a tornar este mundo e as nossas vidas num inferno?
Uns, através de ditaduras ferozes e implacáveis, outros, em regimes apelidados de democráticos e socialistas, onde à sombra de uma LIBERDADE hipócrita, incoerente, sem limites, permitem todos os abusos possíveis e imaginários, retirando à SOCIEDADE valores e éticas indispensáveis, impedindo um equilíbrio social minimamente desejável.
Meu DEUS, porque nos abandonou às mãos de legisladores desajustados às realidades do quotidiano, concebendo LEIS que, por vezes, nos leva a duvidar se defendem a pessoa de bem ou o marginal.
Leis, por exemplo, que permitem ao presumível malfeitor – se tiver dinheiro – ir protelando o julgamento, por tempo indeterminado, ou, inconcebivelmente, fazer prescrever os processos contra si em curso.
Meu Deus, porque nos abandonou, permitindo que milhões de pessoas estejam à mercê de indivíduos que fazem da inflação, da exploração, da repugnante prática de atingirem os fins sem olharem a meios, o seu lema de vida, no mais profundo desprezo pela vida do dia-a-dia dos seus semelhantes?
Meu DEUS, o nosso país não é o pior do mundo – longe disso – mas face ao seu reduzido tamanho e às enormes possibilidades financeiras que dispôs poderia e deveria estar melhor, não fora o facto provável de ter sido também abandonado por VÓS.
Temos sido vítimas também da inflação.
Na alimentação, onde muita gente já só se limita a levar para casa o essencial e cada vez são mais os que vivem da caridade alheia.
Na habitação, onde os preços dos arrendamentos atingiram valores descomunais, profundamente inexplicáveis e só admissíveis em países com orientações políticas deficientes.
Meu DEUS, não abandone os velhos e os doentes. Não permita que alguém tenha de formar filas monstruosas e tenha de se levantar de madrugada para poder adquirir uma consulta.
Meu DEUS não abandone as crianças, inocentes, vítimas dos comportamentos ignóbeis dos seus progenitores, cada vez mais uma constante nesta sociedade alucinada.
Meu DEUS, há (quase) cinco décadas livrou-nos (quase por completo) da ditadura capitalista e do mau patronato, hoje, PEÇO-VOS que não nos abandone e nos livre não só do capitalismo selvagem (nalguns casos) existente como da “ditadura de certo proletariado“ ambos para conseguirem os seus objetivos não hesitam em prejudicar milhares de famílias quando indefesas e dependentes dos seus serviços.
Meu Deus, não nos abandone.
Juvenal Pereira