TAP aguarda orientações da DGTF sobre valor a devolver por Alexandra Reis
O presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, disse hoje que a empresa aguarda orientação da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) sobre o valor da indemnização a devolver por Alexandra Reis.
Após ter acusado o Ministério das Finanças de "imobilismo", Manuel Beja, que está a ser ouvido na comissão de inquérito à TAP, deu como exemplo "a devolução da quantia recebida por Alexandra Reis", que "está à espera de orientação da DGTF".
Segundo o ainda presidente do Conselho de Administração, que respondia a perguntas da deputada bloquista Mariana Mortágua, o administrador financeiro da empresa, Gonçalo Pires, pediu instruções àquela entidade da esfera do Ministério das Finanças relativamente ao montante a devolver por Alexandra Reis.
Na sequência da auditoria da Direção-Geral de Finanças ao processo de saída de Alexandra Reis, o Governo pediu a devolução de grande parte dos 500.000 euros pagos a título de indemnização.
Na semana passada, a ex-administradora disse, na comissão de inquérito, que aguardava resposta da TAP aos pedidos feitos para saber o valor a devolver.
Manuel Beja explicou hoje que há problemas que se prendem com o cálculo de férias e com o IRS, dado que os 500.000 euros não eram líquidos.
Manuel Beja e a presidente executiva da empresa, Christine Oumières-Widener, assinaram o acordo de saída da ex-administradora Alexandra Reis, no qual a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) concluiu ter havido falhas graves, tendo o Governo decidido exonerar os dois responsáveis, alegando justa causa.
Em junho de 2021, os acionistas da TAP aprovaram em assembleia-geral a nova administração liderada por Manuel Beja, que substituiu Miguel Frasquilho como presidente do Conselho de Administração da companhia aérea.
Até recentemente, o presidente do Conselho de Administração era um nome pouco conhecido na opinião pública, mas a situação alterou-se quando, em dezembro passado, o Correio da Manhã avançou que a ex-administradora Alexandra Reis, na altura secretária de Estado do Tesouro, tinha saído da TAP com uma indemnização de 500.000 euros.