O presidente do grupo parlamentar do PS-Madeira, Rui Caetano, considera muito preocupantes os sinais de insistente evasão demonstrados pelo PPD-PSD em matéria de análise e reconhecimento da situação real da Região, repudiando que o partido no poder opte por reforçar uma precoce retórica de gincana eleitoralista em vez de implementar medidas na governação regional que ajudem a mitigar, imediata e urgentemente, as carências e dificuldades diárias sentidas pela população.

Segundo o líder parlamentar do PS-M, “ao afirmar que se a Madeira dependesse da República para o seu desenvolvimento éramos das regiões mais atrasadas do País, o jovem deputado laranja ignora propositadamente que, fruto do modelo esgotado e gerador de desigualdades implementado por sucessivos executivos regionais ao longo de quase meio século, a Região padece, de facto e há muito tempo, um dos mais severos casos de atraso no desenvolvimento em Portugal”.

“E como se não bastasse ver Miguel Albuquerque negar a evidência de que a maioria dos madeirenses e porto-santenses trabalha para ir sobrevivendo à míngua de migalhas que aumentam e diminuem consoante o calendário eleitoral, vem agora Dinis Ramos fazer tábua rasa das responsabilidades e bondades da Autonomia para atirar culpas de tudo ao Governo da República, cramando uma alegada falta de compromisso e uma suposta incapacidade para cumprir promessas” a propósito da nova Esquadra da Polícia de Segurança Pública da Ponta do Sol”, critica o líder parlamentar socialista.

Neste ponto, Rui Caetano diz que Dinis Ramos fingiu esquecer que na recente visita à Região do ministro da Administração Interna, além da assinatura do contrato de construção da nova esquadra, ficaram assegurados 14 milhões para as infra-estruturas da PSP e GNR e para o SIRESP, até 2026.

“E se esta é uma área não regionalizada, importa lembrar que também em matéria de obras públicas cruciais, em que a República está comprometida a uma comparticipação de 10%, a Madeira viu garantida a duplicação das verbas destinadas à construção do novo Hospital Central por parte do Governo nacional do Partido Socialista”, aponta, considerando “inaceitável que às mentiras sobre a impossibilidade de baixar os impostos se some também a arrogância de recusar implementar medidas de emergência, só porque as vozes vêm de Lisboa”.

“Não sendo novidade, estas manobras de regime laranja revestem-se de especial gravidade na actual conjuntura”, alerta Rui Caetano, sublinhando que o sofrimento das pessoas torna “ainda mais inadmissível o continuado escamoteamento da realidade por parte da governação PPD-CDS”.

“A verdade é que, enquanto Miguel Albuquerque e Dinis Ramos prosseguem no conforto da sua irresponsável inércia com a vista posta nas Regionais, as famílias madeirenses e porto-santenses enfrentam, dia após dia, incertezas e necessidades crescentes que reclamam soluções e medidas complementares de apoio que a confraria laranja apenas critica e se recusa a aplicar”, conclui.