Sobe para 55 o número de detidos por corrupção em empresas estatais na Venezuela
O número de detidos pelo alegado envolvimento em esquemas de corrupção recentemente descobertos em várias empresas estatais venezuelanas aumentou para 55, divulgou esta segunda-feira o Procurador-Geral venezuelano, Tarek William Saab.
No mais recente balanço divulgado na rede social Twitter, Saab anunciou que foram detidas 55 pessoas, mais quatro que o número divulgado anteriormente, e que 12 estão em fuga, num total de 67 mandados de detenção e 142 buscas realizadas em todo o país.
Tarek William Saab não especificou as identidades das últimas quatro detenções efetuadas, noticiou a agência Efe.
Segundo Tarek William Saab, trata-se de ações empreendidas pelo Estado venezuelano para "sancionar máfias" das empresas estatais Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), da Superintendência Nacional de Criptoativos (Sunacri) e da Corporação Venezuelana de Guayana (CVG), vinculadas a esquemas de corrupção.
Da mesma forma, vários funcionários da da Superintendência Nacional de Criptoativos (Sunacri) e mais de uma dezena de empresários acabaram detidos ou com mandados de prisão por estarem alegadamente ligados a estes crimes.
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu às autoridades que punam de forma "exemplar" todos os funcionários envolvidos nestas conspirações, entre os quais juízes, um ex-governador e executivos da estatal petrolífera PDVSA.
Em 26 de março o Ministério Público (MP) da Venezuela informou que tinham sido detidos altos funcionários públicos e empresários envolvidos em atos de corrupção na empresa estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA).
O MP adiantou que foram ainda detidos dois juízes e um advogado alegadamente envolvidos em corrupção no sistema judicial venezuelano, e emitidos mandados de detenção contra pessoas relacionadas com delitos em operações com cripto-ativos.
As detenções, realçou o procurador, são o resultado da primeira fase de uma investigação que envolve também um número bastante importante de altos e médios funcionários dos poderes executivo, legislativo e judicial.
Tarek William Saab afirmou que se trata do 31.º esquema de corrupção investigado pelo MP, desde 2017, e relacionado com a indústria petrolífera venezuelana, que envolveu 194 pessoas, das quais 75 foram julgadas e condenadas.
Os detidos relacionados com corrupção na petrolífera venezuelana são acusados de delitos como apropriação ou desvio de bens públicos, uso de relações ou influência, de branqueamento de capitais e associação criminosa.
"Foi detetada uma rede de funcionários que, aproveitando-se das suas posições e níveis de autoridade, procederam a realizar operações petrolíferas paralelas às da PDVSA (...) acreditando que não seriam descobertos, através da Superintendência de Cripto-ativos (Sunacrip) e do carregamento de petróleo em barcos, sem controlo administrativo ou garantias, em violação dos regulamentos de contratação necessários para o efeito", explicou.
A rede, acrescentou, recrutava jovens de ambos sexos para os incluir na rede de branqueamento de capitais, a quem recompensava com uma vida de luxos, ilegal e criminosa.
E adiantou que, contra a oposição, estão em curso cinco outras investigações por irregularidades na empresa Monómeros, filial da PDVSA na Colômbia.
A oposição é ainda acusada de nomear embaixadores, e adidos de negócios fictícios, diretores para o Banco Central da Venezuela e roubo de ativos do país.
O MP investiga ainda o desvio, pela oposição, de fundos de ajuda humanitária e atos de conspiração armada.