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Primeiro-ministro aceita contestação lembrando que é assim a democracia

Foto DR/Facebook/PS
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O primeiro-ministro comentou hoje as manifestações que ocorreram um pouco por todo o país, referindo que "numa democracia plural e livre" as vozes críticas fazem-se ouvir, "é uma democracia onde a contradição existe", procurando assim relativizar a contestação crescente, desta feita por causa da habitação na semana em que o Governo aprovou o polémico Programa 'Mais Habitação'.

António Costa discursava no encerramento do congresso da tendência sindical socialista e disse que "se estivesse noutra condição, porventura, sorriria menos", num evento em que, referiu, deixou o fato de primeiro-ministro em São Bento.

"Os interesses confrontam-se e as posições divergentes se manifestam. Há uns que se manifestam pelo direito à habitação e outros pelo Alojamento Local", recordou, citado pela rádio TSF.

O governante considerou, por isso, que "os protestos são sinónimo de uma 'democracia forte' onde todas as vozes se fazem ouvir, e é esse tipo de sociedade que o primeiro-ministro quer 'preservar'", salienta o artigo. "É essa sociedade que nós queremos que continue a ser plural e que tenha uma democracia muito forte, para promover o diálogo e a concertação entre todos, porque é com todos que nós levaremos o país para a frente", disse.

Admitindo que "o motor da economia são os salários, lembrando que, na semana passada, o Governo avançou com aumentos na Função Pública. Ao mesmo tempo, justificou o aumento do custo de vida com a inflação que 'interrompeu um ciclo de crescimento real dos rendimentos'", António Costa atirou às empresas "um apelo ao 'esforço' para o aumento dos salários dos trabalhadores, já que 'é preciso que a economia cresça para os salários cresceram, mas o crescimento dos salários também faz crescer a economia'", disse.

Num congresso que esteve ausente durante 19 anos, o primeiro-ministro "não esqueceu o poder dos sindicatos, principalmente, nas negociações em concertação social. E, com mira apontada a Isabel Camarinha, voltou a criticar a CGTP", refere a TSF. "Esta ideia em que há acordos onde, há partida, sabemos que uma das partes não vai assinar, ao contrário do que se julga, não reforça o poder negocial dos sindicatos. Enfraquece o poder sindical dos sindicatos e isso prejudica os trabalhadores portugueses".

Lembrando que no tempo da Geringonça (no seu primeiro mandato), num Governo suportado pelo PCP, "nem nessa altura foi possível haver acordos de concertação social reunindo todos os parceiros", atirou: "É lamentável que isto tenha acontecido."