Municípios devem “mostrar aos nossos combatentes o reconhecimento que bem merecem”
Representante da República, nas cerimónias comemorativas do 105.º. Aniversário da Batalha de La-Lys', do 49.º Aniversário do Fim da Guerra do Ultramar e do Dia do Combatente, na Calheta
"É muito reconfortante ver como a Madeira nunca esquece estes momentos da nossa História", afirmou hoje o juíz conselheiro Ireneu Cabral Barreto, durante as cerimónias comemorativas do 105.º Aniversário da Batalha de La-Lys, do 49.º Aniversário do Fim da Guerra do Ultramar e Dia do Combatente, que decorrem este sábado, junto ao Monumento em memória dos Combatentes Madeirenses, na Calheta.
O Representante da República fez questão de abrir um parêntese para "voltar a insistir para que todos os municípios, que ainda o não fizeram, encontrem o modo de mostrar aos nossos combatentes o reconhecimento que bem merecem".
"Considero fundamental que este Dia do Combatente, e demais datas que hoje relembramos, continuem a ser evocadas em cerimónias públicas, e, se possível, de uma forma descentralizada pelos vários concelhos da nossa ilha. Só assim poderemos continuar a recordar os nossos muitos conterrâneos que, de todas as proveniências geográficas e origens sociais, deram abnegadamente a sua vida e a sua juventude em combate pela Pátria", sustentou.
Ireneu Barreto, numa referência ao caso Mondego, sublinhou ainda que a obediência hierárquica “é inerente à condição militar”.
“Num momento em que as Forças Armadas são, mais uma vez, questionadas na sua essência por recentes e infelizes eventos, que a voracidade mediática logo trata de simplificar e confundir, não posso deixar de, neste dia em particular, ser totalmente claro. A essência da Instituição Militar é a disponibilidade para o sacrifício, em nome do cumprimento da Missão. Para o sacrifício do conforto, da segurança, da integridade física e, em tempos de excepção, da própria vida. Foi a esse sacrifício que se dispuseram os combatentes que nesta cerimónia lembramos”, reforçou o Representante da República para a Região Autónoma da Madeira.
“Hoje, que temos umas Forças Armadas profissionais, integralmente compostas por cidadãos voluntários, esse princípio tem de manter-se plenamente válido. E deve ser aceite por todos”, insistiu.
“Se assim não for, fica em causa a Instituição Militar, a imagem internacional de Portugal enquanto Estado soberano e, no limite, a própria segurança da nossa comunidade”, acrescentou.
O juíz conselheiro evocou ainda as forças presentes nas diversas missões que tentam “impedir, com o seu apoio, o retrocesso civilizacional que a guerra contra a Ucrânia representa”.
Ireneu Barreto terminou com um elogio e agradecimento ao trabalho de evocação que a Liga dos Combatentes vem desenvolvendo, “para que a memória daqueles que se bateram nos campos de batalha continue viva e actuante”.