Madeira empenhada na afirmação como potência digital
Para isso Albuquerque diz ser necessário assegurar a mobilidade aérea, marítima e digital, mas também a revisão das compensações da ultraperiferia
O presidente do Governo Regional voltou a apontar, uma vez mais, as ‘baterias’ contra a falta de solidariedade do Governo da República para com as suas regiões autónomas, nomeadamente no que toca aos sobrecustos com a Saúde e com a Educação.
Ainda assim, Miguel Albuquerque evidenciou as possibilidades que se abrem para as Regiões Ultraperiféricas (RUP) através da transição digital e para o que diz ser uma “nova economia”. Em nota, salientou os 340 milhões de euros que as empresas tecnológicas representaram para a Madeira, em 2021, devendo em breve ultrapassar os sectores tradicionais, como o turismo.
Neste âmbito, o presidente do Governo entende que as RUP podem trabalhar em igualdade de circunstâncias de qualquer região continental, esbatendo a falta de escala de mercado e os problemas de mobilidade.
Dando vários exemplos de posicionamento da Madeira numa economia digital, com destaque para a Educação, Miguel Albuquerque disse ser fundamental garantir três aspectos fundamentais para que o objectivo de transição global seja alcançado.
Entre esses aspectos está, à cabeça, a mobilidade aérea, marítima e digital, de modo que as RUP não sejam penalizadas, com o que diz serem “utopias disparatadas”. Nesse sentido, é fundamental a derrogação das taxas de carbono, “caso contrário estamos a ser penalizados, e a economia estrangulada em favor das economias continentais”.
A par disso, é “fundamental” que a União Europeia aceite a possibilidade de a Madeira e as RUP terem “conexão digital equitativa e com preços favoráveis”, sendo este um factor decisivo, no entender de Albuquerque.
Paralelemente, destacou a importância de o Estado assumir os custos da ultraperiferia que têm sido assumidos pela União Europeia, substituindo-se a Portugal. “O Estado português, neste momento, não assume nada com a Madeira ou com os Açores”, notou Miguel Albuquerque. E se a República não quer criar essas condições, então deve permitir que a Região tenha “um sistema fiscal próprio e podermos cativar empresas”, não devendo se posicionar como “travão”. “o Estado reclama da União Europeia uma solidariedade que não tem para com as suas regiões autónomas”, rematou.