Madeira

Censo volta a contar mantas e milhafres nos dias 1 e 2 de Abril

População actual de mantas na Madeira é de 254 aves

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Foto Eduardo Nóbrega

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) promove, nos dias 1 e 2 de Abril, mais uma edição o Censo de Mantas e Milhafres, que pretende contar com a participação da população dos Açores e da Madeira. 

Tal como explica uma nota da sociedade, a maior ave de rapina presente nos Açores e na Madeira é o destaque deste censo.  Cada arquipélago tem uma subespécie distinta daquela que é a águia-de-asa-redonda presente em Portugal Continental, a manta (Buteo buteo harterti) na Madeira, e o milhafre (Buteo buteo rothschildi) nos Açores.

A SPEA explica que esta é uma ave que "plana em círculos a grande altitude utilizando as correntes ascendentes de ar quente, o que a torna facilmente identificável a olho nu". "É encontrada numa grande variedade de habitats, desde zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e até mesmo em zonas urbanas. Alimenta-se maioritariamente de roedores, mas pode consumir também pequenas aves, insectos e minhocas. Infelizmente, é uma espécie que sobre com algumas ameaças como o envenenamento, a electrocussão em linhas elétricas e atropelamento", indica em nota.

Como se trata de uma ave difícil de identificar, pede-se a participação dos cidadãos para ajudar a contá-las. A cada ano contam-se menos aves. No arquipélago da Madeira a população actual de mantas é de 254 aves, enquanto no arquipélago dos Açores, estima-se que a população atual seja de 2082 milhafres.

"Este censo de ciência-cidadã realiza-se todos os anos, desde 2006, na Madeira e Açores, e já contou com a participação de mais de 2500 voluntários. A escassez de fundos dedicados ao estudo da espécie, reforçam a necessidade de envolvimento de novos voluntários para que possamos manter esta monitorização", refere Cátia Gouveia, coordenadora da SPEA na Madeira.

Só é possível obter um volume de informação tão elevado quando os cidadãos se envolvem num projecto e dão o seu contributo à ciência, como tem sido o caso nesta iniciativa.

Para participar no censo não são necessários conhecimentos aprofundados sobre a espécie pelo que, qualquer amante da natureza é convidado a participar. O relatório com os dados anuais sobre este censo, e mais informação sobre a metodologia e forma de participar encontra-se no site da SPEA.