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Ministros do Interior da UE debatem hoje situação no Mediterrâneo

Foto EPA/CARMELO IMBESI
Foto EPA/CARMELO IMBESI

Os ministros dos Assuntos Internos da União Europeia (UE) discutem hoje, em Bruxelas, a situação das migrações, com as atenções focadas no Mediterrâneo, onde há pouco mais de uma semana cerca de 70 migrantes morreram num novo naufrágio.

No ponto da agenda dedicado aos aspetos externos das migrações, os ministros dos 27, entre os quais o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, terão uma discussão "à luz dos recentes acontecimentos no mar Mediterrâneo", designadamente o crescente fluxo migratório irregular e o aumento de vítimas mortais nas rotas migratórias marítimas.

Esta discussão ocorre depois de mais uma tragédia de grandes dimensões ocorrida a 26 de fevereiro, quando uma barcaça de madeira com cerca de 180 migrantes que partiram da Turquia -- na sua maioria afegãos - se afundou ao largo da costa de Crotone, na Calábria, Itália, provocando pelo menos 70 mortos.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), as rotas migratórias do Mediterrâneo provocaram, desde 2014, mais de 20.500 mortes, sendo a do Mediterrâneo central (que sai da Tunísia, Argélia e da Líbia em direção à Itália e a Malta) a mais mortal, com mais de 17 mil mortos e desaparecidos nos últimos nove anos.

O Conselho da UE recorda que, na reunião extraordinária de ministros do Interior realizada em novembro passado, os 27 "sublinharam a necessidade de evitar a perda de vidas no mar", apoiando "o reforço da coordenação e cooperação entre todos os atores relevantes envolvidos em operações de busca e salvamento e, em particular, a intenção da Comissão de relançar o grupo de contacto europeu em matéria de busca e salvamento".

"Os Estados-membros da UE, a Comissão, o Serviço Europeu de Ação Externa e as agências da UE estão a trabalhar em estreita colaboração para assegurar a plena implementação dos planos de ação para as regiões do Mediterrâneo Central e dos Balcãs Ocidentais, apresentados em finais de 2022", lê-se numa nota do Conselho da UE relativa à reunião de hoje.

Os 27 deverão também dar seguimento às decisões tomadas pelos líderes da UE na cimeira extraordinária de 09 de fevereiro passado, que salientaram a necessidade de dar "uma resposta europeia a um desafio europeu", apelando a "uma cooperação reforçada com os países de origem e de trânsito, a uma política de regresso abrangente e eficaz, a um controlo eficaz das fronteiras externas e a novos progressos no pacto de asilo e migração", encarregando o Conselho e a Comissão de acompanhar de perto e assegurar a implementação das suas conclusões.

A questão das migrações vai voltar à agenda dos chefes de Estado e de Governo da UE na sua próxima cimeira, agendada para 23 e 24 de março, depois de a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ter enviado uma carta a pedir a introdução do tema na reunião.