A Guerra Mundo

Washington prevê que Rússia não alcance "ganhos militares significativos" em 2023

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O Exército russo não vai provavelmente registar "ganhos significativos" na Ucrânia em 2023, disse hoje Avril Haines, diretora do Serviço de inteligência nacional (DNI) dos Estados Unidos perante uma comissão do Senado.

Os russos pretendem infligir "elevados níveis de perdas" e o Presidente Vladimir Putin "compreende provavelmente melhor os limites do que o seu Exército é capaz de realizar", declarou, para acrescentar que parece focalizar-se de momento "em objetivos militares mais modestos".

"Não prevemos que este ano o Exército russo se restabeleça de forma suficiente para realizar ganhos territoriais de envergadura, mas Putin calcula provavelmente que o tempo joga a seu favor", acrescentou perante a Comissão de Informações do Senado no decurso de uma audição sobre as "ameaças mundiais".

Na sua perspetiva, o Presidente russo pensa provavelmente que prolongar a guerra, com uma pausa nos combates, "poderá ser a melhor opção que lhe resta para proteger os interesses estratégicos da Rússia na Ucrânia, mesmo que [esse objetivo] se prolongue por anos".

"Caso a Rússia não decrete uma mobilização obrigatória, e não identifique importantes fornecimentos em munições provenientes de uma terceira parte, será cada vez mais difícil que mantenha o atual nível de operações ofensivas no decurso dos próximos meses", considerou Haines.

Em consequência, e na sua perspetiva, as forças russas "poderão optar definitivamente pela defesa dos territórios que atualmente ocupam".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.173 civis mortos e 13.620 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.