Época chuvosa já matou 117 pessoas em Moçambique
A atual época chuvosa em Moçambique, desde outubro até abril, já matou 117 pessoas, disse hoje no parlamento o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita.
Mesquita falava durante a sessão de respostas do Governo às perguntas das três bancadas da Assembleia da República.
Descrevendo como "devastador" o impacto das cheias e ventos, aquele governante estimou que as intempéries já tenham afetado mais de 273 mil pessoas.
O ministro apontou ainda a destruição total de mais de 26 mil casas (habitações precárias de autoconstrução, na sua maioria) e prejuízos noutras 18 mil.
Ao nível da agricultura e pecuária, há a registar a perda de 72 mil hectares de culturas, de mais de mil bovinos e 31 mil.
O mau tempo afetou igualmente mais de mil escolas, impedindo de estudar, provisoriamente, mais de um milhão de alunos.
Dezenas de unidades de saúde e embarcações também foram destruídas.
Carlos Mesquita apontou a ocorrência de chuvas fortes em fevereiro, agravadas pelas descargas nas barragens dos países vizinhos, e a tempestade severa Freddy como fatores que contribuíram para as mortes e danos registados na atual época chuvosa.
Entre outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, sujeita à passagem de tempestades e, ao mesmo tempo, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral.