Polónia envia mais 10 tanques Leopard esta semana
A Polónia vai entregar esta semana os restantes dez tanques Leopard à Ucrânia dos 14 que tinha prometido, anunciou hoje o ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak.
"A Polónia entregará 10 tanques Leopard 2A4 à Ucrânia esta semana", disse Blaszczak aos jornalistas em Varsóvia, citado pela agência francesa AFP.
O Governo polaco anunciou, no final de janeiro, que iria fornecer 14 tanques Leopard 2 à Ucrânia, e entregou os primeiros quatro em 24 de fevereiro, no primeiro aniversário da invasão russa do país vizinho.
O ministro polaco falou aos jornalistas antes de viajar para Estocolmo para participar numa reunião dos ministros da Defesa da União Europeia (UE).
Blaszczak disse também que a Polónia pretende criar um centro de manutenção para os tanques utilizados na Ucrânia.
"Estamos prontos para lançar um centro de manutenção na Polónia que irá reparar e manter os tanques Leopard entregues na Ucrânia", disse.
O ministro polaco acrescentou que tenciona falar sobre a questão com o seu homólogo alemão, Boris Pistorius.
Referiu que o problema fundamental "é a baixa disponibilidade de peças sobressalentes" para os tanques Leopard.
"Conto com o ministro Pistorius para usar a sua influência na indústria alemã para garantir a entrega de peças sobresselentes para os Leopard", disse.
A Polónia tem sido um dos mais fortes apoiantes da Ucrânia desde que a Rússia iniciou a guerra contra o país vizinho há um ano.
Varsóvia exortou sempre os seus aliados da NATO e da UE a aumentarem a ajuda militar ao país devastado pela guerra.
A Alemanha, inicialmente relutante, anunciou no final de janeiro que iria fornecer tanques Leopard à Ucrânia.
Ao mesmo tempo, Berlim autorizou outros países, como Polónia, Suécia, Finlândia e Portugal, a fazer o mesmo.
A Ucrânia pediu os tanques aos seus aliados ocidentais para fazer frente às forças russas, depois de as ter conseguido repelir para sul e leste, onde ocorrem os piores combates desde há meses.
Até à invasão da Ucrânia pela Rússia, a estratégia da Alemanha desde o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) baseava-se na recusa de intervir militarmente e de fornecer armas aos países em guerra.
Varsóvia aumentou as suas próprias compras de armas e o seu orçamento militar para mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2023.
A Polónia, vizinha da Ucrânia, também acolheu mais de um milhão e meio de refugiados ucranianos, dos mais de oito milhões que a ONU registou desde o início da guerra.
Além dos refugiados, a guerra provocou também seis milhões e meio de deslocados internos, ou seja, pessoas que foram obrigadas a abandonar o local habitual de residência, mas que permanecerem no país.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será elevado.
As Nações Unidas confirmaram a morte de mais de 8.100 civis, número que corresponde apenas a casos em que foi possível verificar a informação.