'Fábula Periódica' é o jogo inventado por investigadora madeirense para ensinar Química
Chama-se 'Fábula Periódica' e é o novo jogo educativo que usa tecnologias de realidade aumentada e interação tangível para ensinar ciência a crianças. A madeirense Sandra Câmara Olim, investigadora no Instituto de Tecnologias Interativas, lidera o projecto orientado por Valentina Nisi, Professora do Instituto Superior Técnico.
"As crianças retiveram mais informações sobre Química e a Tabela Periódica, o que lhes permitiu conseguirem uma pontuação mais elevada em testes de conhecimento. Além disso, os alunos mudaram sua percepção relativamente à disciplina. O que antes era um tema difícil e aborrecido, tornou-se interessante e útil", conta a investigadora, após terem sido revelados recentemente os resultados de um estudo sobre a usabilidade e a eficiência do jogo.
Uma nota enviada à imprensa dá conta de que o estudo surge do facto de as crianças considerarem a química uma disciplina desafiante e complexa, o que pode resultar num reduzido aproveitamento escolar e num menor interesse em prosseguir carreiras em disciplinas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Este jogo apresenta às crianças temas de ciência apoiados por uma atividade exploratória utilizando cubos manipuláveis e uma realidade aumentada. O jogo pretende entreter as crianças enquanto as envolve com narrativas sobre os fundamentos da química e a Tabela Periódica.
"As crianças usam um smartphone para adquirir informações sobre um elemento químico específico, apontando a câmara do para a superfície dos cubos. Cada lado do cubo revela texto, áudio ou animações sobre propriedades específicas de alguns elementos químicos", explica Sandra Câmara Olim. As mecânicas de jogo da "Fábula Periódica" foram pensadas para motivar as crianças para aprenderem Química através da narrativa, interação física com cubos manipuláveis e realidade aumentada. O jogo consiste numa experiência de aprendizagem interativa, divertida e memorável para as crianças, que poderá resultar em melhor retenção de conhecimento e aumento do interesse pela área.
"Ao utilizar cubos físicos, o jogo proporciona uma experiência tátil que permite às crianças manipular e explorar os elementos da tabela periódica de uma forma prática. A realidade aumentada melhora ainda mais a experiência, adicionando uma camada digital que sobrepõe informações e animações nos cubos físicos, tornando a experiência de aprendizagem mais envolvente e imersiva. As investigadoras planeiam continuar a avaliar o design e a eficácia do jogo, conduzindo estudos com mais participantes. Vão ainda explorar o impacto a longo prazo dos jogos baseados em realidade aumentada na perseverança dos alunos na educação científica", explica a mesma nota.