“Muitas vezes em nome da sustentabilidade continua-se a promover o seu oposto”
Pedro Coelho considera importante identificar as necessidades locais para que os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável possam ser adaptados e atender às exigências específicas de cada território
Pedro Coelho, o autarca anfitrião da sessão de hoje da Assembleia Participativa sobre a Implementação da Iniciativa 2030, a decorre em Câmara de Lobos, no Museu de Imprensa da Madeira Pedro Coelho, aproveitou o “privilégio” de acolher o evento de cariz nacional, onde também marca presença a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, para “enquanto responsável político e sempre comprometido com as questões da sustentabilidade”, abordar, 14° objectivo da agenda 2030, ‘Proteger a vida marinha’, para sublinhar que uma das metas para o objectivo de “conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável” e "proporcionar o acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos marinhos e mercados”. Estava dado o mote para o presidente do Município câmara-lobense registar que “Câmara de Lobos é, desde sempre, uma terra com uma forte ligação ao mar”, com forte tradição na captura do peixe espada-preto, “uma pesca artesanal, selectiva e de escala local”. Lembrou que estes pescadores “arriscam diariamente as suas vidas a bordo de embarcações com mais de 40 anos”, para lamentar que “os corredores de Bruxelas, em nome da sustentabilidade, não permitem a renovação de uma pequena frota, por embarcações mais seguras e mais sustentáveis a nível da sua pegada carbónica”.
Feito o reparo, concluiu que “são estas idiossincrasias que ocorrem quando não se ouvem as comunidades. Muitas vezes, devo dizê-lo que, em nome da sustentabilidade, continua-se a promover o seu oposto”, criticou.
Porque “cada região tem suas próprias necessidades específicas em relação ao desenvolvimento sustentável”, sustenta que “é importante identificar essas necessidades locais para que os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável possam ser adaptados para atender às demandas específicas de cada território”, defendeu.
Perante a Assembleia Participativa dedicada à Agenda 2030 e aos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, formou o desejo que esta sessão de auscultação promovida na Região “mais do que débitos vindos deste lado, surjam créditos da plateia para continuarmos na senda da sustentabilidade não do nosso Concelho, mas da Região e país no geral”, concretizou.