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Biden diz em Selma que direito ao voto continua sob ataque

Foto EPA/Yuri Gripas/POOL
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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu, no domingo, em Selma, Alabama, que tudo fará para proteger o voto em igualdade de condições para todos os americanos, num momento em que esse direito fundamental "está a ser atacado".

Joe Biden discursava em Selma, no estado do Alabama, cidade ícone da luta pelos direitos civis, no dia em que se comemora o 58.º aniversário do chamado "Domingo Sangrento", quando as autoridades carregaram sobre manifestantes pacíficos, causando mais de 50 feridos.

"Hoje, esse direito fundamental continua sob ataque. O Supremo Tribunal conservador eviscerou a Lei do Direito ao Voto desde as eleições de 2020 e vários Estados aprovaram dezenas de leis antivoto, alimentadas por negacionistas eleitorais", disse Biden, perto da ponte Edmund Pettus.

Em 1965, cerca de 600 pessoas iniciaram uma marcha de Selma a Montgomery, Alabama, exigindo o fim da discriminação contra os afro-americanos no registo eleitoral.

Nessa ponte, polícias atacaram os manifestantes com cassetetes e gás lacrimogéneo, obrigando-os a voltar para Selma.

Dezassete pessoas foram hospitalizadas e outras dezenas foram feridas pela polícia, incluindo o histórico congressista e defensor dos direitos civis John Lewis, que morreu em 2020.

Cinco meses depois do sucedido, recordou Biden, foi aprovada a Lei do Direito ao Voto de 1965, norma histórica que proibia práticas discriminatórias no direito de voto dos afro-americanos.

No entanto, apontou Biden, nos últimos anos vários governos estaduais redigiram dezenas de leis eleitorais para restringir o voto e, por isso, hoje é vital que se "mantenha a atenção".

"Selma é um ajuste de contas. O direito ao voto é a base da democracia e da liberdade. Com ele tudo é possível, mas sem ele nada é", disse Biden.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, que esteve em Selma no ano passado, divulgou no domingo um comunicado no qual insiste que o Governo deve "redobrar" os seus esforços e o "compromisso de proteger a liberdade de voto".

"O presidente Joe Biden e eu continuamos a pedir ao Congresso que aprove legislação federal que proteja os direitos de voto, a integridade eleitoral e a nossa democracia e continuaremos a implementar a ordem executiva do Presidente para promover o acesso ao voto, que aumenta os esforços do governo federal para promover o direito do eleitor à participação", acrescentou.